A ciência quer entender melhor os planetas anões — e o James Webb está ajudando

Sedna, Gonggong e Quaoar estão localizados no cinturão de Kuiper e o James Webb revelou informações sobre o tamanho e a composição deles
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 27/10/2023 02h40
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Representação artística do Telescópio Espacial James Webb no espaço. Crédito: Dima Zel - Shutterstock
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Sedna, Gonggong e Quaoar são três planetas anões já identificados pela ciência. No entanto, os cientistas contavam com pouquíssimas informações sobre eles. Mas isso muda a partir de agora em função dos novos dados trazidos à tona pelo Telescópio Espacial James Webb.

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Pesquisadores da França e dos Estados Unidos estão unindo forças para descrever os novos dados sobre os planetas anões do Cinturão de Kuiper. Essas informações dizem respeito ao tamanho e a composição dos corpos celestes, segundo a Universe Today.

Planetas anões, o que são?

  • Um planeta anão, definição criada em 2006, é um tipo especial de corpo celeste que compartilha algumas características comuns com os planetas, mas que não cumpre todos os critérios necessários para ser considerado um planeta pleno.
  • De acordo com a definição da União Astronômica Internacional (IAU), um planeta anão é um corpo celeste que orbita o Sol, possui massa suficiente para que sua gravidade o torne quase esférico e não “limpou” sua órbita de outros detritos espaciais, o que significa que ele compartilha sua região orbital com outros objetos.
  • Essa última condição é o que mais diferencia um planeta anão de um planeta tradicional, como a Terra.
  • Os planetas anões, apesar de serem redondos e possuírem algumas características planetárias, compartilham suas órbitas com outros corpos celestes, como asteroides e planetas menores.
  • Essa condição os coloca em uma categoria única no Sistema Solar.
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Reprodução artística do cinturão de Kuiper (Imagem: NASA)

Novas revelações do James Webb

O cinturão de Kuiper é um disco formado por asteroides, cometas, planetoides e suas luas. Ele fica localizado após a órbita de Netuno e muitos os objetos encontrados nele também são conhecidos como Objetos Transnetunianos.

É nesse cinturão onde ficam a maior quantidade dos planetas anões, caso de Plutão, Éris, Haumea e Makemake, mas também de Sedna, Gonggong e Quaoar.

Sobre eles, o Telescópio Espacial James Webb revelou que o Sedna, observado pela primeira vez em 2012, apresenta uma coloração avermelhada. Isso indica a presença de elementos como etano, acetileno, etileno e traços da possível existência de CO2.

Gonggong foi descoberto em 2007 e já foi o maior objeto transnetuniano sem nome, sendo originalmente registrado como 2007 OR10. Seu espectro, também tendendo ao vermelho, aponta a presença de sinais de etano e CO2, segundo o James Webb.

Por fim, Quaoar, que foi identificado pela primeira vez em 2002, apresenta traços da presença de elementos como etano, COe ácido cianídrico.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.