(Imagem: Cristian Dina/Shutterstock)
Você já chegou a consultar quanto tempo você passa nas redes sociais? Segundo a pesquisa “Tendências de Social Media 2023” da Comscore, o Brasil é o terceiro país que mais consome conteúdo de plataformas digitais como Instagram, TikTok, Facebook, Snapchat e outros.
Segundo o levantamento, em dezembro de 2022, os 131,5 milhões de brasileiros conectados somaram 356 bilhões de minutos usando redes sociais. Por usuário, isso equivale a 46 horas por mês nas plataformas, conforme divulgou a Forbes.
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Essa quantidade de horas é saudável para o usuário? Estamos viciados nas redes sociais? Essa é a preocupação de um grupo de 41 estados dos Estados Unidos que abriram uma ação nesta semana alegando que a Meta (controladora do Facebook, WhatsApp, Instagram e Messenger) usa recursos de suas plataformas para que jovens e crianças usem seus aplicativos compulsivamente. As informações são do New York Times.
A Meta aproveitou tecnologias poderosas e sem precedentes para atrair, envolver e, em última análise, seduzir jovens e adolescentes.
Ação movida por estados norte-americanos.
Em entrevista ao New York Times, David Greenfield, psicólogo e fundador do Center for Internet and Technology, afirma que as redes sociais utilizam táticas para atrair o público. Uma delas é o “reforço intermitente”, que cria a ideia de que o usuário pode receber uma recompensa imprevisível a qualquer momento.
Para o especialista, esse aspecto torna as redes sociais “exatamente como uma máquina caça-níqueis”, por contarem com efeitos visuais e sonoros dentro dos apps e informações adaptadas aos seus interesses pessoais.
Como avaliou Greenfield, os adolescentes são ainda mais suscetíveis as táticas empregadas pelas redes sociais porque as regiões do cérebro que trabalham a resistência à tentação e recompensa ainda não estão desenvolvidas como nos adultos.
Outra característica dos adolescentes é que eles buscam por conexões sociais, dessa forma as plataformas são uma “oportunidade perfeita para se conectar com outras pessoas”.
Michael Rich, diretor do Digital Wellness Lab do Boston Children´s Hospital, considera que a palavra “vício” não é adequada ao se tratar da internet, isso porque muitas vezes ela é essencial no cotidiano — se usada de forma eficaz e com limites. Em vez de “vício”, ele disse que prefere usar o termo “uso problemático da mídia na internet”.
David Greenfield também disse que a internet pode proporcionar usos valiosos e que é difícil definir o quanto é demais. Porém, ele afirma que há casos evidentes de que o uso excessivo da internet pode causar problemas na escola, no sono e em outros aspectos importantes para ter uma vida saudável.
A internet é uma hipodérmica gigante, e o conteúdo, incluindo mídias sociais como Meta, são as drogas psicoativas.
David Greenfield, psicólogo e fundador do Center for Internet and Technology.
Esta post foi modificado pela última vez em 27 de outubro de 2023 13:48