Meias com IA podem ajudar no tratamento de pessoas com demência

A tecnologia, chamada de SmartSocks, usa a IA para analisar os dados dos pacientes e pode, até mesmo, prever quedas
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 27/10/2023 03h40
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Imagem: reprodução/Milbotix
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Uma startup da Inglaterra desenvolveu meias inteligentes para monitorar remotamente pacientes com doença de Alzheimer ou Parkinson. A tecnologia, chamada de SmartSocks, é alimentada pela inteligência artificial e ainda está em fase de testes.

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Meias com IA podem ser lavadas na máquina

  • A responsável pelo produto é a startup Milbotix.
  • As meias com IA permitem que os pesquisadores combinem diferentes funções, como monitoramento da frequência cardíaca, do índice de transpiração (suor) e dos níveis de agitação.
  • Cruzando esses dados, é possível prever quedas e melhorar o atendimento ao paciente.
  • A tecnologia é muito parecida com as meias comuns e pode, inclusive, ser lavada na máquina.
  • As informações são da Universidade de Exeter.
Tecnologia está em fase de testes (Imagem: Imperial College London)

Como funciona a tecnologia

Segundo os desenvolvedores, as funções da meia com inteligência artificial, incluindo os monitores fisiológicos, poderiam ser substituídas por um smartwatch ou uma pulseira inteligente. No entanto, eles acreditam que o uso de um acessória permanente no braço poderia gerar estresse.

O dispositivo pode ser usado para monitorar qualquer paciente que tenha dificuldades de comunicação ou que não consiga expressar os seus sentimentos tão bem. Inclusive, os desenvolvedores sugerem que as meias com IA possam ajudar também pessoas com o Transtorno do Espectro Autista no futuro.

As meias possuem um sensor que coleta os dados a partir do pé e do tornozelo do indivíduo monitorado. Estas informações são transmitidas, sem a necessidade de fios, para uma plataforma.

Em seguida, algoritmos são usados para processar os dados e alertam quando o usuário precisa de ajuda. Nesses casos, o responsável recebe um alerta pelo aplicativo associado à tecnologia.

A tecnologia ainda está em estado de testes. Em um deles, realizado em parceria com a Universidade de Exeter, no Reino Unido, uma rede de casas de repouso está utilizando as meias em pacientes com demência.

Em paralelo, pesquisadores do Imperial College London avaliam o uso das meias em um estudo maior, que envolve testes com uma casa “inteiramente” inteligente. O objetivo é entender como os dispositivos de monitoramento podem permitir que pessoas com graus mais leves de demência possam permanecer em suas próprias casas pelo maior tempo possível.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.