Conheça Algol: a Estrela Demoníaca de Perseu

A estrela Algol está localizada na Constelação de Perseu e marca a cabeça da Medusa carregada pelo héroi grego
Por Mateus Dias, editado por Flavia Correia 31/10/2023 18h55
Estrela Algol na Constelação de Perseu (Crédito: Vito Technology, Inc.)
Estrela Algol na Constelação de Perseu (Crédito: Vito Technology, Inc.)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Na constelação de Perseu, uma estrela chamada Beta Persei recebeu o apelido de “Algol, a Estrela Demoníaca” dos astrônomos que primeiro a observaram. Isso devido a seu forte brilho variável, somado ao fato de estar posicionada bem na cabeça da terrível Medusa.

Vamos entender:

  • Perseu foi um semideus da mitogolia grega famoso por ter decapitado a górgona Medusa, monstro que transformava em pedra qualquer um que olhasse em seus olhos;
  • No Hemisfério Norte Celestial, na constelação que tem o formato do filho de Zeus com a mortal Danai, existe uma estrela chamada Beta Persei;
  • Esta estrela está localizada bem onde seria a cabeça de Medusa;
  • Ela tem magnitude média de 2,1, sendo a segunda mais brilhante de Perseu;
  • Os primeiros astrônomos que a observaram a apelidaram de “Algol, a Estrela Demoníaca”, devido ao brilho variável e à sua localização.

O nome Algol deriva do árabe “Ghoul”, que significa fera ou demônio. Ela marca a cabeça da górgona Medusa sendo carregada pelo herói. Hoje em dia, ela já não é mais tão temida, mas nem sempre foi assim.

A lenda da Medusa aponta que ela possuía cobras na cabeça em vez de cabelos, e qualquer um que a olhasse nos olhos viraria pedra. Ela foi morta por Perseu, que usou sua cabeça para petrificar e derrotar o monstro marinho Cetus. Assim, os antigos astrônomos podem ter associado o brilho piscante da estrela ao olho maligno da criatura.

Estátua de Perseu segurando a cabeça da Medusa
Estátua de Perseu segurando a cabeça da Medusa. Crédito: SvetlanaSF/ Shuttestock

Leia mais:

Algol é uma estrela variável

O brilho piscante é devido ao fato de Algol ser uma estrela variável, cujo brilho aumenta e escurece em um ciclo regular. No caso dela, o ciclo dura dois dias, 20 horas e 49 minutos, e pode ser visto totalmente a olho nu.

Representação conceitual artística de um sistema binário eclipsante. Crédito: ESO

Em seu pico máximo, Algol se compara em brilho com a estrela Almach, na constelação de Andrômeda, vizinha da Perseu, sendo três vezes mais brilhante que seu ponto mais fraco, no qual se compara à estrela Epsilon Persei.

O motivo desse comportamento foi sugerido em 1881 pelo astrônomo Edward Charles Pickering, que apontou que, na verdade, são duas estrelas em um sistema binário eclipsante. Elas estão girando em torno uma da outra em um plano orbital exatamente de lado quando visto da Terra, o que faz com que o brilho observável se altere. Quando a estrela menor passa na frente da mais brilhante, vemos Algol com brilho mínimo.

Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.