Os casos de dengue estão aumentando. E não apenas em lugares que lutam há muito tempo contra a doença. Ela também chegou a países onde sua propagação era desconhecida até alguns anos – entram aqui: EUA, Itália e França, por exemplo.

Para quem tem pressa:

  • A incidência de casos de dengue está em ascensão, atingindo não apenas áreas tradicionalmente afetadas, mas também países onde a doença era anteriormente desconhecida, como os EUA, Itália e França.
  • Nos Estados Unidos, foi relatado o primeiro caso de dengue transmitido localmente em Pasadena, Califórnia, sinalizando uma possível adaptação do mosquito Aedes aegypti para prosperar em áreas urbanas.
  • A dengue é causada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, originalmente nativo da África, que se espalhou globalmente por meio de rotas comerciais e se adaptou a ambientes urbanos.
  • Cerca de 40% da população mundial reside em áreas de risco para a dengue, sendo mais comum em países tropicais como o Brasil.
  • O caso em Pasadena é um exemplo raro de transmissão local nos EUA, mas os cientistas alertam sobre a possibilidade de expansão da doença para novas áreas.

Nos Estados Unidos, autoridades de saúde em Pasadena, na Califórnia, reportaram o primeiro caso de dengue transmitido localmente. As informações foram publicadas pelo jornal The New York Times.

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Dengue nos EUA (e além)

Larva do mosquito da dengue
(Imagem: Celso Margraf/Shutterstock)

A dengue é uma doença viral transmitida por mosquitos Aedes aegypti. Esta espécie é nativa da África, onde originalmente habitava florestas e se alimentava de animais. Mas, décadas atrás, se espalhou para o resto do mundo por meio de rotas comerciais e se adaptou para prosperar em áreas urbanas.

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Agora, à medida que mais pessoas se mudam para áreas urbanas, elas ficam mais vulneráveis ao vírus. Aproximadamente, 40% da população global vive em áreas onde está em risco de infecção por dengue – a doença é mais comum em países tropicais como o Brasil.

As pessoas mais vulneráveis à dengue vivem em habitações que não as protege dos mosquitos. Em estudos em comunidades ao longo da fronteira sul dos EUA – áreas onde o mosquito aegypti está bem estabelecido – os pesquisadores descobriram que havia tantos ou até mesmo mais mosquitos no lado do Texas, mas muito menos casos de dengue lá do que no lado mexicano.

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Isso ocorre porque mais pessoas no lado dos EUA da fronteira tinham janelas teladas e ar-condicionado, o que limitava sua exposição aos mosquitos, e viviam mais distantes e tinham menos interações sociais: ao fazer menos visitas a amigos e parentes, tinham menos probabilidade de levar o vírus para novas áreas onde um mosquito poderia pegá-lo deles e passá-lo adiante.

É improvável que a dengue se torne um problema sério nos Estados Unidos, “enquanto as pessoas continuarem vivendo como estão vivendo agora”, disse Thomas Scott, epidemiologista de dengue e professor emérito da Universidade da Califórnia (UC) Davis.

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O caso em Pasadena é um raro caso adquirido localmente de dengue nos Estados Unidos. As autoridades da cidade disseram que capturavam e testavam mosquitos no bairro onde o caso foi relatado e não encontraram outros insetos com o vírus.

No entanto, os cientistas dizem que a dengue continuará se espalhando para lugares que não a enfrentaram antes.

Consequência do aquecimento global

Pneus com água parada
(Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O aumento das temperaturas globais, provocado pela crise climática, fará com que a dengue chegue também a outras partes do planeta, segundo alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS).

As temperaturas mais altas irão criar condições para que os mosquitos transmissores da doença se espalhem para outras regiões. Os pontos mais críticos, segundo a OMS, serão o sul dos Estados Unidos, o sul da Europa, e novas partes da África. Esse aumento do número de casos deve ser registrado ainda nesta década.

Além das mudanças climáticas, as crescentes taxas de urbanização em todo o mundo estão desempenhando um papel no aumento de casos, disse Alex Perkins, professor associado de ciências biológicas na Universidade de Notre Dame e especialista na modelagem matemática da transmissão de dengue.