Tem gastrite? A IA pode ter uma boa notícia para você

Segundo os pesquisadores, o composto DQ-18, desenvolvido com ajuda da IA, é dez vezes superior aos medicamentos disponíveis no mercado hoje
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 31/10/2023 02h40
Inteligência Artificial e Saúde
Imagem: Elnur/Shutterstock
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A inteligência artificial está sendo utilizada para criar uma nova geração de remédios para acidez no estômago. O objetivo é deixar para trás o uso dos atuais inibidores de bomba de prótons, como Esomeprazol, Omeprazol, Pantoprazol e Rabeprazol. Neste sentido, pesquisadores da Universidade de Nagoya, no Japão, apresentaram avanços em estudo publicado na revista Communications Biology.

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Antiácido é mais eficaz

  • Os cientistas usaram a IA para desenvolver um novo medicamento antiácido.
  • Segundo a pesquisa, o produto é mais eficaz do que os disponíveis atualmente nas farmácias.
  • O próximo passo é realizar testes em humanos, o que ainda não tem data para acontecer.
  • As informações são da Universidade de Nagoya.  
(Imagem: kravaivan11/Pixabay)

Uso da IA para criar novos medicamentos

Atualmente, a solução mais simples para resolver o excesso de acidez é o uso de medicamentos antiácidos. Eles atuam como inibidores da bomba de prótons (IBP), suprimindo a secreção do ácido gástrico por meio da inibição específica da enzima H⁺/K⁺ ATPase na superfície de células gástricas específicas.

Os cientistas japoneses reconhecem que os remédios existentes hoje funcionam, mas eles apostam no desenvolvimento de fórmulas ainda mais eficazes. Por isso, a IA tem sido utilizada para identificar compostos com estruturas químicas capazes de se conectar à bomba de prótons a partir de diferentes pontos e inibir a sua reação.

Até agora, já foram identificados mais de 100 compostos com a capacidade de combater o excesso de acidez. Esses resultados foram analisados por químicos e biólogos. A partir daí, foi desenvolvido o composto DQ-18, com maior capacidade de ligação e, consequentemente, de inibição. Ele é dez vezes superior aos compostos disponíveis no mercado, mas ainda precisa passar por testes para que seu uso comercial seja liberado.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.