A primeira audiência do processo envolvendo a venda de uma máscara africana rara aconteceu na terça-feira (31). Um casal de aposentados processou o vendedor de uma casa de leilões em Montpellier, na França, por ele ter pago 130 euros (aproximadamente R$ 750) pela máscara. É que depois ela foi leiloada por 4,2 milhões de euros (R$ 22 milhões).

Para quem tem pressa:

  • Um casal de aposentados processou uma casa de leilões em Montpellier, na França, após vender uma máscara africana por 130 euros e descobrir que ela foi leiloada por 4,2 milhões de euros;
  • O comerciante que comprou a máscara na casa de leilões alega que não sabia de sua raridade nem do preço exorbitante que alcançaria;
  • O governo do Gabão pediu a suspensão do processo e a devolução da máscara, alegando que ela foi roubada do país;
  • A máscara pertencia a um grupo de vigilantes que afastava problemas, como praticantes de feitiçaria, e foi encontrada pelo casal num armário da sua casa de veraneio em 2021.

No leilão, o preço inicial da máscara – considerada mais rara que um quadro de Leonardo da Vinci – era 300 mil euros (equivalente a cerca de R$ 1,5 milhão). As informações foram publicadas pela BBC.

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Disputa pela máscara

O comerciante que comprou a máscara preço de banana passou pela primeira audiência do processo na Justiça da França na terça. Ele alega que não sabia que a máscara era tão rara nem que seu preço passaria dos quatro milhões de euros no leilão.

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No entanto, o processo pode ser suspenso. Isso porque, assim que o caso abriu, o governo do Gabão pediu para que ele seja suspenso na Justiça e que a peça seja devolvida ao país.

O governo do país argumenta que, antes de tudo, a máscara tinha sido roubada do Gabão e, por isso, deveria ser entregue ao país.

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A peça foi feita por pessoas do povo fang, tem cerca de 55 centímetros de altura, é feita de madeira e representa a figura humana. Estima-se que o item tenha sido feito no século 19.

De acordo com o leiloeiro, a máscara era de um grupo de vigilantes que se incumbia de afastar problemas, como pessoas que praticavam feitiçaria.

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Encontrando a máscara

O casal de aposentados, ambos com mais de 80 anos, encontrou a máscara africana numa casa de veraneio deles na cidade de Alès em 2021. O item estava dentro de um armário da residência.

O imóvel era de René-Victor Fournier, dirigente do governo francês, que trabalhava em colônias do país na África no começo do século 20. No catálogo do leilão constava que ele tinha obtido a máscara por volta de 1917 em circunstâncias desconhecidas.

Segundo uma reportagem da RFI, Fournier trabalhou em Dakar e no Congo. E a máscara teria sido comprada numa viagem ao Gabão.

Um especialista disse à mídia francesa que existem apenas cerca de dez máscaras como essa feitas por mestres do povo fang. Foi este especialista quem disse que a peça seria mais rara do que uma pintura de Leonardo da Vinci.