Em um esforço inédito pelo desenvolvimento seguro da inteligência artificial, a China concordou em trabalhar com os Estados Unidos, União Europeia e diversos outros países para gerenciar coletivamente o risco da IA. O acordo foi feito durante a cúpula global de segurança que ocorre desde quarta-feira (1°) no Reino Unido. 

Para quem tem pressa: 

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  • De acordo com a Reuters, mais de 25 países presentes assinaram uma Declaração de Bletchley afirmando que eles precisavam trabalhar juntos e estabelecer uma abordagem em relação à IA; 
  • Apesar do consenso já esperado, a China era um participante chave na cúpula, dado o papel do país no desenvolvimento da IA; 
  • A cúpula global de Inteligência Artificial (ou IA Safety Summit) acontece dia 1 e 2 de novembro no Reino Unido e visa discutir os riscos da IA para construir um consenso internacional sobre o desenvolvimento e governança da tecnologia; 
  • O evento conta com representantes de empresas de IA, líderes políticos e especialistas;   
  • Nomes como Elon Musk, CEO do X, Tesla e SpaceX, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, participam do encontro mundial. 

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O compromisso firmado entre China, EUA, UE e outros países estabeleceu uma agenda dupla centrada na identificação de riscos e na construção de uma compreensão científica. O foco também é desenvolver políticas transnacionais para mitigar os pontos de preocupação. 

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Ainda conforme a agência de notícias, essa foi a primeira vez que um vice-ministro chinês se juntou a líderes dos EUA, da UE e de chefes tecnológicos, como Elon Musk e Sam Altman, dono do ChatGPT, em Bletchley Park, mansão histórica e emblemática da Inglaterra — foi lá que decifradores britânicos descobriram os códigos alemães da Segunda Guerra Mundial. 

Os países, independentemente do seu tamanho e escala, têm direitos iguais para desenvolver e utilizar a IA. 

Wu Zhaohui, vice-ministro da Ciência e Tecnologia da China. 

Apesar de a UE estar centrada na supervisão da IA no que diz respeito a privacidade e vigilância de dados, a cúpula britânica também visa analisar os riscos da chamada “IA de fronteira” — modelos avançados que podem ser considerados perigosos o suficiente para representar riscos graves à segurança pública. 

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Imagem: shutterstock/helloRuby

Cúpula da IA é encontro histórico 

Embora não seja um segredo que Rishi Sunak, primeiro-ministro do Reino Unido, se move estrategicamente para a Grã-Bretanha ser o líder global na segurança da IA, segundo Michelle Donelan, ministra digital britânica, reunir tantos atores importantes a nível mundial em uma única sala foi um feito e tanto. 

Pela primeira vez, temos agora países que concordam que precisamos de olhar não apenas de forma independente, mas coletivamente, para o risco em torno da IA de fronteira. 

Michelle Donelan, ministra digital britânica. 

Donelan anunciou mais duas Cúpulas de Segurança de IA, uma a ser realizada na Coreia do Sul em seis meses e outra na França mais seis meses depois. 

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Vale lembrar que assim como as empresas tecnológicas competem pelo domínio e desenvolvimento de produtos de consumo de IA, governos lutam para liderar o caminho da regulamentação — com o Reino Unido estando, por ora, líder na corrida.