A dengue já é considerada um grave problema sanitário no Brasil. Mas a situação deve piorar em 2024. O alerta é da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), que prevê um surto ainda maior da doença no ano que vem.

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Dengue: verão de 2024 será desafiador

O aumento do número de casos graves de dengue deve ser causado pela presença de múltiplos sorotipos. Além disso, existe um fator natural: o El Niño, caracterizado pelo aumento contínuo na temperatura do Oceano Pacífico, e o aquecimento global facilitam a propagação do mosquito Aedes aegypti.

O presidente da SBMT, Júlio Croda, espera que o verão, período epidêmico da doença, será “bastante complicado”, uma vez que poderemos ter um maior número de casos e óbitos do que tivemos ano passado.

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A recomendação dos especialistas é a elaboração de um plano de contingência voltado aos estados e municípios para 2024. Eles defendem o treinamento de profissionais de saúde para o atendimento a casos graves de dengue, além do aumento da oferta de locais para hidratação, atendimento e da organização dos fluxos de internação no período epidêmico.

Atualmente, o Brasil enfrenta uma onda de casos da arbovirose. No início deste ano, os estados Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Tocantins se depararam com epidemias da doença. Até o mês de março, o surto provocou mais de 300 mil casos.

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Por isso, o Ministério da Saúde instalou um Centro de Operações de Emergências (COE Arboviroses), responsável por monitorar os surtos de dengue no Brasil, além de chikungunya e zika. As informações são da Folha de São Paulo.

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Mosquito da dengue (Imagem: Tacio Philip Sansonovski/Shutterstock)

Chegada ao Brasil de um novo mosquito

  • Outra explicação para a previsão da disparada de casos de dengue no Brasil é a chegada do Aedes albopictus, antes restrito às florestas, nas áreas urbanas em todas as regiões do país.
  • Se comparado ao Aedes aegypti, a adaptação do “primo” dele ao aumento da temperatura é maior, e o mosquito é também mais resistente ao frio.
  • Por isso, especialistas acreditam que a chegada do novo mosquito ao Brasil pode ser explicada pela crise climática.