Quantas vezes você já desejou ter um clone para participar de diversos eventos, transmitir mensagens aos colaboradores ou estar em mais de um compromisso ao mesmo tempo? Essa realidade, antes pertencente ao campo da ficção científica, está se tornando mais palpável graças aos avanços da Inteligência Artificial (IA). Recentemente, tive a oportunidade de experimentar um clone virtual em um evento online, revelando as fascinantes possibilidades dessa tecnologia.

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No referido evento, a utilização de clones virtuais não se limitou a mim, mas também envolveu outros participantes, destacando a versatilidade dessa inovação. Fiquei surpresa com os recursos avançados oferecidos pela tecnologia, permitindo uma personalização minuciosa.

Os palestrantes podem ajustar a aparência, a voz e o estilo de comunicação de seus clones virtuais para que se assemelhem de maneira impressionante ao seu próprio perfil e marca. Não estamos falando apenas de avatares simples, mas de clones reais, reproduzindo características físicas e comportamentais de maneira autêntica.

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Artistas e empresas também têm adotado essa tecnologia de clones virtuais. O lançamento da nova linha de produtos de moda com a imagem de Neymar, por exemplo, apresentou o jogador de futebol em um evento em Nova Iorque, graças à IA e ao software MetaHuman.

E não parou por aí. Tivemos muitas aparições de artistas e celebridades realizados por IA e ainda houve um evento que chocou muitas pessoas, como a propaganda da Volkswagen que trouxe a cantora Elis Regina de volta à cena, levantam questões intrigantes sobre a imortalidade algorítmica no mundo digital.

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Afinal, uma vez que uma pessoa já falecida é clonada, ela permanecerá na rede e, até mesmo, na vida social física, interagindo com os demais usuários da Internet como um ser ciberconsciente.

Clones virtuais e os dilemas éticos e sociais

Portanto, embora os clones virtuais possam trazer benefícios significativos, é crucial abordar as controvérsias e desafios éticos associados a essa inovação. A privacidade e segurança das reproduções digitais são preocupações centrais, especialmente quando se considera a recriação da imagem de pessoas, inclusive daquelas que já faleceram.

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A possibilidade de manipulação e disseminação de informações falsas também é uma questão premente, levantando dúvidas sobre como distinguir a realidade da ficção quando os clones virtuais são capazes de imitar suas contrapartes humanas com notável precisão.

É imperativo que essas questões éticas sejam respondidas antes de qualquer uso generalizado de clones virtuais. A transparência torna-se essencial, e é necessário informar sempre que uma campanha, palestra, webinar ou aula faça uso da IA para criar clones virtuais.

Antecipo que os clones virtuais continuarão evoluindo no futuro, exigindo discussões e debates contínuos entre especialistas, legisladores e a sociedade para estabelecer diretrizes éticas e legais que garantam um uso responsável e seguro dessa inovação.

Apesar do deslumbramento inicial com a tecnologia, estamos diante de uma fronteira desafiadora. É preciso abordar proativamente os dilemas éticos e sociais para assegurar que essa revolução digital contribua positivamente para nossa sociedade.

E aí, consegue adivinhar quem sou eu e quem é meu clone?