Os bombardeios de Israel na Faixa de Gaza, em resposta ao ataque terrorista do Hamas do dia 7 de outubro, já mataram mais de 11 mil palestinos. Segundo balanços independentes da comunidade internacional, a maioria das vítimas são mulheres e crianças. Em meio ao cenário de crise humanitária, alertado pela Organização das Nações Unidas (ONU), cresce o apoio aos palestinos nas redes sociais. E esse movimento tem também implicações políticas.

Leia mais

publicidade

Diferenças nas hashtags

Nos Estados Unidos, aliado histórico de Israel, republicanos estão usando o conflito no Oriente Médio como novo argumento para defender a proibição do TikTok em território norte-americano. Eles alegam que o número de postagens na rede social com a hashtag freepalestine é muito superior à quantidade de publicações com a hashtag standwithisrael. E, para eles, isso seria a prova que o aplicativo, de propriedade da gigante chinesa de tecnologia ByteDance, está fazendo propaganda pró-Palestina.

O deputado republicano Mike Gallagher, de Wisconsin, afirma que o TikTok está “lavando o cérebro de nossos jovens contra o país e nossos aliados com propaganda pró-Hamas desenfreada”. Segundo ele, essa é “talvez a maior operação de influência maligna em escala já realizada”.

publicidade

O ex-governador de Nova Jersey Chris Christie, por sua vez, destacou que o TikTok está “poluindo as mentes dos jovens americanos com coisas antissemitas e horríveis que seus algoritmos estavam empurrando a uma taxa gigantesca”.

Contudo, o apoio aos palestinos também tem crescido em outras redes sociais. No Facebook, por exemplo, a #freepalestine é encontrada em mais de 11 milhões de postagens, 39 vezes mais do que aquelas com a #standwithisrael. Já no Instagram, a hashtag pró-Palestina contabiliza 6 milhões de postagens, 26 vezes mais do que as postagens de apoio a Israel.

publicidade
Bombardeios em Gaza (Imagem: Anas-Mohammed/Shutterstock)

TikTok nega acusações

O TikTok alega que seu algoritmo de recomendação e regras de conteúdo não são influenciados pelo governo chinês. A rede social ainda afirma que está sendo injustamente criticada com base em “desinformação e descaracterização”.

Além disso, destaca que a #standwithisrael surgiu apenas depois do ataque de 7 de outubro, sendo muito mais recente do que #freepalestine, usada há anos para apoiar a causa palestina. Isso explicaria a diferença nos números entre elas.

publicidade

Mas, segundo especialistas, há também uma mudança de entendimento sobre o assunto na própria população norte-americana. As pesquisas mais recentes da Pew Research apontam que os jovens dos EUA têm mostrado consistentemente maior apoio aos palestinos. Um desses levantamentos é de 2014, quatro anos antes do lançamento do TikTok no país.

Uma pesquisa da Universidade Quinnipiac realizada nos últimos dias mostra que 52% dos eleitores entre 18 e 34 anos, a faixa etária mais popular no TikTok, desaprovam a resposta de Israel ao ataque do Hamas.

Desafio das redes sociais

  • Outra questão importante levantada por especialistas é que o apoio à causa palestina não significa apoio ao grupo terrorista Hamas.
  • As redes sociais proíbem conteúdos que promovam o grupo extremista.
  • O TikTok, por exemplo, disse que removeu mais de 925 mil vídeos que faziam apologia ao discurso de ódio, desinformação e terrorismo desde o ataque do Hamas.
  • Por outro lado, as empresas também têm sido acusadas de apagar conteúdos pró-Palestina e sem citações ao terrorismo.
  • O TikTok e a Meta, responsável pelo Facebook e pelo Instagram, negam estar promovendo um lado do conflito e suprimindo opiniões nas plataformas.
  • As informações são do The Washington Post.