Golpe da renda extra faz vítimas no Brasil; conheça e se previna

Golpe oferece remuneração por tarefas simples feitas no celular, mas, depois, começa a cobrar atividades "pré-pagas"
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Ana Luiza Figueiredo 14/11/2023 20h44
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Imagem: shutterstock/Idol Design
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Se você já recebeu um convite para ganhar dinheiro curtindo e avaliando estabelecimentos na internet e pensou “o que eu tenho a perder?”, você não é o único. No entanto, apesar de parecer inocente, a atividade pode fazer parte do chamado “golpe da renda extra”, que já fez vítimas no Brasil inteiro.

O golpe é simples: uma pessoa entra em contato com a vítima, geralmente usando aplicativos de mensagem e com um número com DDD estrangeiro. Ela oferece a oportunidade de ganhar dinheiro realizando atividades simples, como curtir publicações online ou avaliar estabelecimentos, usando o próprio celular. A remuneração sempre é algo atrativo.

A parte boa acaba aí.

Leia mais:

Golpe da renda extra

  • Fontes entrevistadas do g1 contaram que, depois de aceitarem a proposta e começarem a realizar as tarefas, eles realmente foram remunerados de acordo com o que foi prometido.
  • O problema é que, depois de um tempo, os golpistas começam a cobrar a realização de algumas tarefas “pré-pagas”, prometendo que pagariam de volta por meio de uma plataforma de bitcoin, que valorizaria o dinheiro.
  • Marcos Carvalho, de Natal (RN), só percebeu que era golpe depois que já havia transferido um total de R$ 1.728. Quando ele pediu a devolução dos valores, foi bloqueado pelos supostos contratantes no WhatsApp e no Telegram.
  • Ele chegou a registrar um boletim de ocorrência, mas o dinheiro já havia sido transferido para outra conta e ele não conseguiu reaver.
  • Já Annabelle Leblanc, uma professora de alemão de Campo Grande, disse que não desconfiou do DDD internacional, porque tem alunos fora do país, mas percebeu que era estelionato quando os contratantes solicitaram um valor de R$ 15 mil pelas tarefas pré-pagas.
Imagem: Idol Design/Shutterstock

Golpe e pena

O golpe se enquadra como estelionato e pode ter uma pena de 1 a 5 anos de prisão.

No entanto, segundo a doutora em direito penal pela USP Heidi Florêncio Neves, consultada pelo g1, para o golpe se enquadrar no crime, a vítima precisa fazer o boletim de ocorrência e deixar claro que quer que o caso seja investigado.

Ela ainda recomenda que a vítima não apague nenhum das conversas ou prints que comprovem o golpe, mas explica que mesmo assim costuma ser difícil recuperar o dinheiro.

Nem tudo é ruim

O golpe pode parecer algo como “o que eu tenho a perder?” e, para algumas pessoas, realmente rendeu lucros.

O segredo é estar ciente de que se trata de uma técnica de extorsão à vítima e se desvincular dos contratantes quando eles começarem a cobra valores “pré-pagos”.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.