Melhor que ar-condicionado? Essa cerâmica resfria construções; conheça

Pesquisadores da City University of Hong Kong desenvolveram uma cerâmica que resfriam ambientes e refletem a luz solar
Por William Schendes, editado por Bruno Capozzi 15/11/2023 04h40
Cerâmica
(Imagem: City University of Hong Kong)
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Cientistas da City University of Hong Kong (CityU) desenvolveram uma cerâmica produzida com um material capaz de resfriar residências de forma eficiente e sustentável, evitando o uso excessivo de energia para refrescar casas e prédios.

A tecnologia, chamada de “resfriamento radiativo passivo” (PRC), alcançou propriedades ópticas de alto desempenho para geração de resfriamento sem energia, como ressalta a universidade. Sem precisar de nenhum processo envolvendo energia, a relação de custo-benefício, durabilidade e versatilidade tornam o material adequado para aplicações em diferentes situações, como construção civil.

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(Imagem: Universidade da Cidade de Hong Kong)

Edwin Tso Chi-ya, professor da CityU, e um dos autores do estudo, ressalta que o PRC é atualmente uma das tecnologias de refrigeração sustentável mais promissoras, podendo conter a crescente demanda por refrigeração espacial, reduzir a poluição ambiental e combater o aquecimento global.

Nossa cerâmica de resfriamento atinge propriedades ópticas avançadas e tem aplicabilidade robusta. A cor, a resistência às intempéries, a robustez mecânica e a capacidade de diminuir o efeito Leidenfrost – um fenômeno que impede a transferência de calor e torna ineficaz o resfriamento do líquido na superfície quente – são características essenciais que garantem a natureza durável e versátil da cerâmica de resfriamento.

Edwin Tso Chi-ya, professor da CityU.
(Imagem: Universidade da Cidade de Hong Kong)

Como o material é capaz de refrescar os ambientes?

A capacidade de resfriamento do PRC está na sua composição de materiais inorgânicos e acessíveis, como a alumina, que compõem uma estrutura porosa.

Como explica o New Atlas, esses materiais são responsáveis por reduzir a absorção solar e tornam o resfriamento mais durável em condições de calor, além de resistirem à degradação pela exposição de luz UV e temperaturas acima de 1.000 °C  — o que outros materiais e revestimentos não conseguem fazer.

A cerâmica de resfriamento é feita de alumina, o que proporciona a degradação desejada da resistência aos raios UV, o que é uma preocupação típica da maioria dos projetos de PRC à base de polímeros. Ele também exibe excelente resistência ao fogo, suportando temperaturas superiores a 1.000 °C, o que supera as capacidades da maioria dos materiais PRC à base de polímeros ou à base de metal.

Edwin Tso Chi-ya, professor da CityU.

Os pesquisadores disseram que a produção desse material resultou em uma cerâmica que atingiu uma refletividade solar quase ideal de 99,6%.

Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Mesmo com alguns assuntos negativos, gosta ficar atualizado e noticiar sobre diferentes temas da tecnologia.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.