Um pesquisador calculou o quão transparente são os anéis de Saturno a partir da luz solar que atingiu a sonda Cassini durante eclipses. O novo método usou mais de 12 anos de dados, obtidos durante a missão coordenada pela NASA e ESA.

O estudo foi conduzido por um estudante de doutorado da Universidade de Lancaster, George Xystouris, e publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. Para isso, o pesquisador utilizou um instrumento conhecido como Sonda Langmuir, que media o plasma frio na magnetosfera de Saturno, ou seja, íons e elétrons de baixa energia. Ele estava acoplado junto a Cassini e realizou um levantamento do planeta e suas luas entre 2004 e 2017.

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Variações de dados

Xystouris percebeu que durantes os eclipses, os momentos que a Cassini estava na sombra de Saturno e dos Anéis Principais, a sonda registrou mudanças drásticas nos dados recolhidos. Quando a sonda metálica era iluminada pelo Sol, a luz fornecia energia o suficiente para liberar elétrons. No entanto, eles tinham a mesma propriedade dos elétrons de plasma frio, em torno de Saturno, dificultando com que eles fossem separados.

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A partir dessas variações de dados, foi possível associá-los à quantidade de luz que cada um dos anéis permitia passar. Usando as propriedades do material da sonda e o brilho do Sol nos arredores de Saturno, foi possível determinar o número de elétrons liberado por cada anel e o qual transparente eles são.

Este foi um resultado novo e emocionante! Usamos um instrumento que é usado principalmente para medições de plasma para medir uma característica planetária.

George Xystouris, em comunicado

Além disso, Xystouris aponta que os resultados obtidos no estudo são semelhantes aos de pesquisas que usaram imagens de alta resolução para medir a transparência dos anéis.

Curiosidades sobre os anéis de Saturno

  • Os anéis principais de Saturno se estendem até 140 mil quilômetros do planeta, com uma espessura máxima de apenas 1 km;
  • Eles deverão desaparecer da nossa vista por volta de 2025, isso porque eles estarão inclinados de lado para a Terra, tornando-a quase impossível visualizá-los;
  • A inclinação de volta em direção à Terra acontecera na próxima fase da órbita de 29 anos de Saturno e continuarão a se tornar mais visíveis e brilhantes em 2032.