Pegadas de aves de 120 milhões de anos são encontradas na Austrália

As 27 pegadas impressionantes são uns dos poucos registros de aves pré-históricas encontrados na região de Melbourne, na Austrália
Por Mateus Dias, editado por Flavia Correia 21/11/2023 06h40
Pegadas de aves encontrada na Austrália (Crédito: Anthony Martin)
Pegadas de aves encontrada na Austrália (Crédito: Anthony Martin)
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Pesquisadores encontraram no estado de Melbourne, na Austrália, 27 pegadas de aves que datam de 120 a 128 milhões de anos atrás. A descoberta modificando a visão dos cientistas sobre a evolução e migração desses animais.

Sobre as pegadas fossilizadas encontradas na Austrália:

  • As pegadas foram encontradas na Formação Wonthaggi, ao sul de Melbourne;
  • Elas foram depositadas no Cretáceo Inferior, numa época em que a Austrália e a Antártica ainda eram um único continente;
  • Esses fósseis se formaram na areia fofa ou na lama e alguns estavam escondidos até serem expostos na maré baixa.

Pegadas fossilizadas de aves são eventos raros de serem encontrados porque são difíceis de se detectar, sendo poucas as vezes que esses animais deixam vestígios. Na Formação Wonthagg, por exemplo, até então só havia sido encontrado um osso e algumas penas, o que já era impressionante.

Algumas das 27 pegadas de aves pré-históricas encontrada na Austrália. Crédito: Anthony Martin

Esses novos 27 fósseis encontrados na formação e descritos recentemente em um estudo na revista PLOS ONE por muito pouco não foram descobertos. Segundo Anthony Martin, autor principal do estudo, em comunicado, eles iriam passar despercebidos se não fosse o olhar atento da coautora da pesquisa Melissa Lowery.

Melissa é incrivelmente hábil em encontrar vestígios de fósseis. Algumas dessas faixas são sutis até para mim, e tenho muita experiência e treinamento.

Anthony Martin, geologista e paleontologista líder da descoberta

A descoberta não só é um registro das aves que habitavam a Terra há mais de 200 milhões de anos, como demonstra que elas faziam parte de ecossistemas que estavam declinando. Devido à mudança na disponibilidade de alimentos nos polos, elas provavelmente estavam deixando a região.

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Preservando as pegadas 

Encontrar as pegadas foi dificultado pelo fato de que a maioria delas só foi exposta na maré baixa, mas sua localização indica que algumas foram ocupadas por vida marinha, incluindo algas, cracas e moluscos. Peter Swinkels, taxidermista do Instituto de Pesquisa dos Museus Victoria, foi fundamental para a equipe, como especialista em modelagem para preservar espécimes.

As pegadas foram encontradas em 2020, e sete delas já se perderam. De acordo com Martin, isso é normal, já que muitos fósseis ficam enterrados durante milhões de anos, só sendo expostos durante breves momentos, cabendo aos humanos documentá-los o mais rápido possível.

Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.