Imagens geradas por IA não são fotos, segundo premiação de fotojornalismo

A World Press Photo of the Year, um renomado evento de fotojornalismo que premia fotografias, voltou atrás e não permitirá que imagens feitas por inteligência artificial sejam inscritas em uma categoria do prêmio. Elas estavam elegíveis para a modalidade de “Formato Aberto”, mas já eram proibidas na categoria principal, a de Foto do Ano. Agora, as imagens geradas por IA não podem mais participar.

A decisão por excluir imagens geradas artificialmente da competição veio depois de uma série de protestos por parte de fotojornalistas.

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Imagens geradas por IA

O World Press Photo of the Year se deparou com um dilema que assombra o mundo da tecnologia: imagens geradas por IA são fotos?

O prêmio havia permitido que elas fossem inscritas na categoria “Formato Aberto”, mas voltou atrás após feedbacks negativos por parte de profissionais da área e decidiu que nenhuma imagem gerada artificialmente poderia participar do evento.

Graças ao feedback honesto e atencioso dos últimos dias, decidimos alterar as regras da categoria Formato Aberto em nosso concurso para excluir imagens geradas por IA. Tanto o preenchimento generativo quanto as imagens totalmente geradas serão proibidas na categoria Formato Aberto (como já acontecia nas demais categorias: Singles, Stories e Projetos de Longo Prazo).

World Press Photo of the Year, em comunicado

Afinal, IA faz foto ou não?

• Ainda, após os protestos, o concurso decidiu esclarecer o que se enquadra no conceito de fotos: elas devem ser “feitas por uma câmera com lentes”.
• Ajustes como mudança de luz, eliminação de ruídos e coloração feitos com IA serão aceitos, mas a extensão do uso será julgado pelo júri do evento.
• A organização ainda comunicou que ferramentas de IA generativa que aumentam a nitidez ou adicionam novas informações nas imagens, como os softwares Adobe Super Resolution e Topaz Photo AI, não serão liberados.
• Além disso, a World Press Photo of the Year se juntou a instituições de fotojornalistas, jornalistas visuais e editores para redigir um “conjunto de padrões éticos claros” para o uso de IA na fotografia.
• A intenção é garantir que as fotos sejam uma representação do que o fotógrafo testemunhou, sem intervenções que possam induzir ao erro.

Contexto

A mudança na decisão da World Press Photo of the Year vem em meio a discussões sobre o que se enquadraria como uma fotografia e direitos autorais, já que a IA se aproveita de informações com as quais foram treinadas. Estas, por sua vez, vem de dados da internet, referentes a produções de outras pessoas.