OMS cobra informações sobre pneumonia desconhecida na China

Hospitais de Pequim e Liaoning estão com lotação máxima em função do surto de uma pneumonia desconhecida em crianças na China
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 23/11/2023 12h05, atualizada em 01/12/2023 10h31
crianças na sala de aula de máscara
Sistema iunológico das crianças é mais eficiente contra Covid-19. Crédito:Halfpoint/iStock
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Os relatos de um surto de uma pneumonia desconhecida em crianças na China colocou as autoridades sanitárias do mundo todo em alerta. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que pediu mais informações sobre a situação ao governo chinês.

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OMS pede mais informações sobre o surto

De acordo com a OMS, o aumento na incidência de doenças respiratórias na China foi relatado pela Comissão Nacional de Saúde do país no dia 13 de novembro. As autoridades chinesas associaram a alta à suspensão de restrições contra a Covid-19 e ao aumento na circulação de agentes infecciosos já conhecidos, como o vírus sincicial respiratório (VSR) e SARS-CoV-2, entre outros.

Mas nos últimos dias, o Programa de Monitoramento de Doenças Emergentes (ProMED), da Sociedade Internacional de Doenças Infecciosas, emitiu um alerta expressando “preocupação” em relação aos casos de uma pneumonia não diagnosticada em crianças no norte da China.

Os relatos sugerem um surto generalizado de uma doença respiratória não diagnosticada em várias áreas na China, pois Pequim e Liaoning estão quase 800 km de distância. Não está claro quando esse surto começou, pois seria incomum tantas crianças serem afetadas tão rapidamente. O relatório não menciona que adultos foram afetados, sugerindo alguma exposição nas escolas. O ProMED aguarda mais informações definitivas sobre a etiologia e a extensão desta preocupante doença na China.

Dan Silver, relator do ProMED

Apesar da preocupação, as autoridades sanitárias afirmam que é precipitado associar, neste momento, o cenário ao surgimento de uma nova pandemia.

Não está claro se esses estão associados ao aumento geral de infecções respiratórias anteriormente relatado pelas autoridades chinesas ou se são eventos separados.

OMS, em comunicado

Em função dessa incerteza, a Organização Mundial da Saúde disse que “solicitou informações epidemiológicas e clínicas adicionais, bem como resultados laboratoriais desses casos relatados entre crianças, por meio do mecanismo de Regulamentações Internacionais de Saúde”. As informações são do G1.

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Imagem: Julien Viry (iStock)

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No passado, o ProMED, portal de monitoramento de doenças em operação desde 1994, foi responsável por compartilhar as primeiras informações sobre os surtos de ebola e de Covid-19, antes mesmo da divulgação oficial de casos da doença por autoridades locais.

Apesar dos especialistas afirmarem que não há motivo de preocupação, os novos casos lembram o início da pandemia de coronavírus.

Na oportunidade, o governo chinês não alertou sobre a gravidade da doença num primeiro momento, o que gerou críticas de toda a comunidade internacional sobre a falta de informações e de clareza sobre o problema sanitário.

Pneumonia desconhecida

  • Segundo o alerta do ProMED, hospitais estão com lotação máxima e as aulas podem ser suspensas em Pequim e Liaoning, que ficam a uma distância de 800 quilômetros uma da outra.
  • Um homem, identificado apenas como “W”, afirmou que “muitas pessoas estão internadas.
  • Elas não tossem, nem têm outros sintomas [respiratórios], só febre alta e muitas desenvolvem nódulos nos pulmões”.
  • Não há relatos de casos em adultos ou de mortes até o momento.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.