OMS: superbactérias podem matar 10 milhões de pessoas por ano

Um estudo da OMS apontou que antibióticos estão sendo prescritos até mesmo para resfriados, gerando riscos de superbactérias mais letais
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 23/11/2023 11h34
Ilustração digital de superbactérias na corrente sanguínea
Imagem: Pixabay
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um importante alerta nesta quinta-feira (23) sobre o uso indiscriminado de antibióticos. Segundo a entidade, a utilização excessiva dos medicamentos está prejudicando a eficácia deles e gerando superbactérias cada vez mais resistentes e letais, acentuando uma crise sanitária já existente no planeta.

Leia mais

Uma morte a cada três segundos no mundo

  • Um estudo realizado pela seção europeia da OMS apontou que os antibióticos foram prescritos até mesmo para resfriados comuns (24% dos casos), sintomas gripais (16%), dores de garganta (21%) e tosse (18%).
  • A pesquisa foi realizada em 14 países, principalmente na Europa Oriental e Ásia Central.
  • A Organização Mundial da Saúde alertou que, se o cenário persistir, a resistência aos antimicrobianos, que inclui antibióticos, e a escassez global de novas drogas podem levar a até 10 milhões de mortes por ano até 2050.
  • Isso corresponde a uma morte a cada três segundos no mundo.
  • As informações são da Medical Xpress.
Uso indiscriminado de antibióticos gera grande risco (Imagem: Fahroni/Shutterstock)

Uso de antibióticos sem prescrição médica preocupa

A região europeia da OMS compreende 53 países, incluindo vários na Ásia Central.

Todos os países da nossa região têm regulamentos em vigor para proteger antibióticos preciosos do uso indevido (…) A aplicação desses regulamentos resolveria a maioria dos usos indevidos de antibióticos.

Robb Butler, diretor da Divisão de Doenças Transmissíveis da OMS Europa

Ainda de acordo com o estudo, um terço das cerca de 8.200 pessoas pesquisadas tomou antibióticos sem receita médica. Em alguns países, mais de 40% dos medicamentos foram usados sem orientação médica. Uma pesquisa equivalente realizada na União Europeia em 2022 já havia mostrado que 8% dos entrevistados tomaram antibióticos sem receita médica.

A OMS também observa que existe um grave desconhecimento da população sobre os riscos do uso excessivo de antibióticos. Por isso, destaca a importância da educação e conscientização sobre o tema como forma de evitar o surgimento de novas superbactérias e mais mortes em decorrência das infecções.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.