A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um importante alerta nesta quinta-feira (23) sobre o uso indiscriminado de antibióticos. Segundo a entidade, a utilização excessiva dos medicamentos está prejudicando a eficácia deles e gerando superbactérias cada vez mais resistentes e letais, acentuando uma crise sanitária já existente no planeta.

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Uma morte a cada três segundos no mundo

  • Um estudo realizado pela seção europeia da OMS apontou que os antibióticos foram prescritos até mesmo para resfriados comuns (24% dos casos), sintomas gripais (16%), dores de garganta (21%) e tosse (18%).
  • A pesquisa foi realizada em 14 países, principalmente na Europa Oriental e Ásia Central.
  • A Organização Mundial da Saúde alertou que, se o cenário persistir, a resistência aos antimicrobianos, que inclui antibióticos, e a escassez global de novas drogas podem levar a até 10 milhões de mortes por ano até 2050.
  • Isso corresponde a uma morte a cada três segundos no mundo.
  • As informações são da Medical Xpress.
Uso indiscriminado de antibióticos gera grande risco (Imagem: Fahroni/Shutterstock)

Uso de antibióticos sem prescrição médica preocupa

A região europeia da OMS compreende 53 países, incluindo vários na Ásia Central.

Todos os países da nossa região têm regulamentos em vigor para proteger antibióticos preciosos do uso indevido (…) A aplicação desses regulamentos resolveria a maioria dos usos indevidos de antibióticos.

Robb Butler, diretor da Divisão de Doenças Transmissíveis da OMS Europa

Ainda de acordo com o estudo, um terço das cerca de 8.200 pessoas pesquisadas tomou antibióticos sem receita médica. Em alguns países, mais de 40% dos medicamentos foram usados sem orientação médica. Uma pesquisa equivalente realizada na União Europeia em 2022 já havia mostrado que 8% dos entrevistados tomaram antibióticos sem receita médica.

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A OMS também observa que existe um grave desconhecimento da população sobre os riscos do uso excessivo de antibióticos. Por isso, destaca a importância da educação e conscientização sobre o tema como forma de evitar o surgimento de novas superbactérias e mais mortes em decorrência das infecções.