O Spotify divulgou suas novas regras para pagamento de royalties nesta semana. A mudança aborda a remuneração para músicas tocadas poucas vezes, gêneros “funcionais” e streaming artificial.

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As mudanças – adiantadas pelo Olhar Digital no final de outubro – abordam o que a plataforma chamou de “drenos no pool de royalties” que atingiram um ponto de inflexão, segundo o artigo publicado no blog do Spotify.

Segundo o Spotify, essas mudanças vão liberar US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 4,9 bilhões) em royalties para artistas famosos e novatos nos próximos cinco anos.

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Royalties: novas regras do Spotify

(Imagem: Lucas Gabriel MH/Pexels)

No texto, a empresa esmiuçou cada um dos três “drenos” citados, o que a plataforma está fazendo para lidar com eles e os porquês das suas medidas. Veja abaixo:

Músicas pouco tocadas

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Atualmente, o Spotify hospeda bem mais de 100 milhões de faixas. Dezenas de milhões delas foram transmitidas entre uma e mil vezes ao longo do último ano e, em média, essas faixas geraram US$ 0,03 (R$ 0,15) por mês.

Como as gravadoras e distribuidores exigem um valor mínimo para saques (geralmente entre US$ 2 e US$ 50 por saque), e os bancos cobram uma taxa pela transação (geralmente entre US$ 1 e US$ 20 por saque), esse dinheiro muitas vezes não chega aos uploaders. E esses pequenos pagamentos muitas vezes são esquecidos.

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Só que esses pequenos pagamentos ignorados somam US$ 40 milhões (R$ 196,3 milhões) por ano, que poderiam ser direcionados para aumentar os pagamentos a artistas que dependem mais da receita de streaming.

Medida do Spotify: elegibilidade para monetização de músicas

A partir de 2024, as faixas devem ter atingido pelo menos mil reproduções nos últimos 12 meses para gerar royalties. E o Spotify não ganhará dinheiro adicional sob esse modelo, segundo a empresa.

“Não há alteração no tamanho do pool de royalties de música sendo pago aos detentores de direitos pelo Spotify; simplesmente usaremos dezenas de milhões de dólares anualmente para aumentar os pagamentos a todas as faixas elegíveis, em vez de distribuí-los em pagamentos de US$ 0,03”, explicou a empresa em seu blog.

Porquê

É mais impactante que dezenas de milhões de dólares por ano aumentem os pagamentos para aqueles que dependem mais da receita de streaming – em vez de serem distribuídos em pequenos pagamentos que geralmente nem chegam a um artista (pois não ultrapassam os limites mínimos de pagamento dos distribuidores). 99,5% de todas as transmissões são de faixas que têm pelo menos mil transmissões anuais e cada uma dessas faixas ganhará mais sob esta política.

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(Imagem: Chubo/Shutterstock)

Gêneros “funcionais”

Entram aqui: ASMR, ruído branco e sons de natureza, por exemplo. Nos últimos anos, agentes mal-intencionados faziam upload de várias faixas “funcionais” de 30 segundos (mínimo para ganhar royalties) e criavam playlists de horas de duração com elas.

Medida do Spotify: novas políticas

A partir do próximo ano, o Spotify vai aumentar o comprimento mínimo das faixas de gravações funcionais de ruído para dois minutos, a fim de serem elegíveis para gerar royalties. Gêneros funcionais incluirão ruído branco, sons da natureza, ruídos de máquinas, efeitos sonoros, ASMR não falado e gravações de silêncio.

Além disso, nos próximos meses, a plataforma trabalhará com licenciadores para avaliar streams de ruído a uma fração do valor dos streams de música.

Porquê

Ao definir um comprimento mínimo, essas faixas ganharão uma fração do que estavam ganhando anteriormente (porque dois minutos de audição de gravações de ruído gerariam uma transmissão geradora de royalties, não quatro), liberando esse dinheiro extra para voltar para o pool de royalties para artistas honestos e trabalhadores.

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Segundo a empresa, as novas políticas ajustarão o tamanho da oportunidade de receita para uploaders de ruído.

Spotify. Foto: Fath/Unsplash
(Imagem: Fath/Unsplash)

Streaming artificial

Streaming artificial é quando robôs colocam músicas para tocar com o único intuito de gerar dinheiro para empresas.

Medida do Spotify: cobrança por streaming artificial

A plataforma vai cobrar das gravadoras e distribuidores por faixa quando detectar streaming artificial em seu conteúdo a partir de 2024.

Porquê

Acreditamos que isso desencorajará significativamente as gravadoras e distribuidores de continuar distribuindo música de quem tenta desviar dinheiro de artistas honestos e trabalhadores. Essas cobranças apoiarão nossos esforços contínuos para manter a indústria e a plataforma livres de atividades artificiais.

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