Empresas e grupos de tecnologia emitiram um alerta à União Europeia (UE), na quinta-feira (23), contra a regulamentação excessiva de sistemas de inteligência artificial (IA) conhecidos como modelos fundamentais. O temor é que tal regulamentação prejudique startups em ascensão ou as force a deixar a região.

Para quem tem pressa:

  • Empresas e grupos de tecnologia emitiram um alerta à União Europeia (UE) contra regulamentação excessiva de sistemas de inteligência artificial (IA), especialmente os modelos fundamentais;
  • O apelo surge durante as fases finais das negociações sobre as regras de IA na UE, que podem estabelecer um precedente global. A controvérsia central envolve os modelos fundamentais, como o ChatGPT da OpenAI;
  • A DigitalEurope, representante da indústria digital europeia, destacou a importância desses modelos na inovação em IA. Empresas como Airbus, Apple, Google e outras pediram que não sejam regulamentados prematuramente, permitindo a expansão de startups emergentes;
  • Mais de 30 associações digitais europeias apoiaram uma proposta conjunta de França, Alemanha e Itália para restringir o escopo das regras de IA. O foco seria em requisitos de transparência, evitando regulamentações abrangentes que possam impactar setores específicos;
  • Empresas rejeitaram apelos das indústrias criativas para abordar questões de direitos autorais nas regras de IA, argumentando que o atual quadro de proteção de direitos autorais da UE já lida adequadamente com essas preocupações.

O apelo surge em um momento no qual os países da UE e os parlamentares do bloco estão nas fases finais das negociações sobre as regras de IA, que podem estabelecer um precedente para outras nações. As informações são da agência de notícias Reuters.

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Regulamentação da IA na União Europeia

Bandeira da União Europeia em dia ensolarado
(Imagem: Dusan_Cvetanovic/Pixabay)

Uma das principais controvérsias envolve os modelos fundamentais – como o ChatGPT da OpenAI. Esses são sistemas de IA treinados em grandes conjuntos de dados, capazes de aprender com novos dados para realizar diversas tarefas.

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A DigitalEurope, representante da indústria digital europeia – que inclui empresas como Airbus, Apple, Ericsson, Google, LSE e SAP – expressou a importância desses modelos fundamentais na inovação em IA. A organização destacou a oportunidade de novos players emergentes, muitos criados na Europa, e pediu que não sejam regulamentados prematuramente, impedindo sua expansão.

Pouco mais de 30 associações digitais europeias também endossaram a carta, ressaltando que apenas 3% dos “unicórnios” de IA do mundo provêm da UE. Os signatários apoiaram uma proposta conjunta da França, Alemanha e Itália para restringir o escopo das regras de IA para modelos baseados nos requisitos de transparência, evitando regulamentações abrangentes que poderiam entrar em conflito com setores específicos, como a saúde.

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A falta de atenção aos impactos no setor médico foi destacada pela porta-voz da Siemens Healthineers, Georgina Prodhan, que expressou frustração com o aparente descaso em relação aos efeitos sobre esse setor.

Além disso, as empresas rejeitaram apelos das indústrias criativas para que as regras de IA abordem questões de direitos autorais, argumentando que o atual quadro de proteção de direitos autorais da UE já possui disposições adequadas para lidar com essas questões específicas.