Toyota é condenada a pagar multa milionária por enganar clientes nos EUA

A Toyota terá de pagar quase R$ 300 milhões por adicionar produtos sem o aval dos clientes e tornar mais difícil o cancelamento dos serviços
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 27/11/2023 11h22
Toyota
Imagem: shutterstock/josefkubes
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A Toyota terá de pagar uma multa de US$ 60 milhões, quase R$ 300 milhões. A empresa foi condenada pelo Consumer Financial Protection Bureau, órgão dos Estados Unidos semelhante ao Procon, por enganar os clientes com a venda de produtos desnecessários e difíceis de cancelar.

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Entenda as irregularidades cometidas

  • Segundo a denúncia, funcionários da Toyota Motor Credit, que oferece financiamentos para quem compram carros através de concessionárias da empresa, adicionaram produtos extras sem que fossem pedidos.
  • Além disso, tornaram excessivamente difícil para os consumidores cancelar esses serviços.
  • As autoridades dos EUA informaram que a Toyota Motor Credit orientava os clientes que quisessem cancelar os produtos a ligar para um telefone.
  • Nesse contato, no entanto, os atendentes ofereciam novos produtos e se esquivavam do pedido de cancelamento.
  • Quando a pessoa insistia, no entanto, diziam que a única maneira de cancelar o serviço era entrar com um pedido por escrito.
  • As informações são da NBC.
Toyota
(Imagem: OleksSH/Shutterstock)

Toyota não admitiu os erros

Mais de 118 mil clientes ligaram para esse telefone de 2016 a 2021 tentando cancelar serviços que não haviam contratado. Além da multa, a Toyota Motor Credit deverá facilitar o cancelamento de coberturas indesejadas pelos consumidores, aceitar cancelamentos de produtos online e monitorar os revendedores para garantir que eles não adicionem produtos sem consentimento.

Segundo o Consumer Financial Protection Bureau, os produtos incluídos de forma irregular foram: Proteção Patrimonial Garantida, um tipo de seguro que cobre a diferença entre o valor que o consumidor deve no empréstimo do automóvel e o que o seguro paga se o veículo for roubado, danificado ou totalizado; Cobertura de Vida Creditícia e Saúde Acidental, que cobre o saldo remanescente do empréstimo caso o mutuário venha a falecer ou ficar incapacitado; e contratos de prestação de serviços de veículos, que reembolsam os mutuários por peças e serviços além do que é coberto pela garantia do fabricante.

Esses produtos custam, em média, de US$ 700 a US$ 2.500 (de R$ 3.500 a R$ 12 mil). O órgão também disse que a Toyota deu informações falsas às agências de classificação, prejudicando as pontuações de crédito dos clientes.

A empresa não admitiu as irregularidades. A multa, de US$ 60 milhões, compreende US$ 32 milhões aos consumidores que não foram reembolsados, US$ 9,9 milhões aos que não conseguiram cancelar apólices, US$ 6 milhões para quem recebeu informações falsas e US$ 52 mil para os que receberam reembolsos imprecisos. Os US$ 12 milhões restantes deverão ser depositados pela fabricante de carros japonesa em um fundo criado para auxiliar as vítimas da agência responsável pelo financiamento dos carros da marca.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.