Big techs são processadas por “viciar” crianças em redes sociais

Centenas de famílias dos EUA acusam as redes sociais de expor conscientemente crianças a conteúdos e produtos considerados prejudiciais.
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 27/11/2023 15h37, atualizada em 28/11/2023 21h30
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As grandes empresas de tecnologia, as chamadas Big techs, são alvo de mais uma disputa na Justiça. Dessa vez, elas são acusadas de expor conscientemente crianças a conteúdos e produtos considerados prejudiciais nas redes sociais. Centenas de famílias dos Estados Unidos ingressaram com a ação, uma das maiores ações já registradas no Vale do Silício.

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Morte de jovem motiva processo

  • O processo foi movido contra o TikTok, Google, Snap Inc. (dona do Snapchat) e Meta, empresa proprietária de Facebook e Instagram.
  • Os advogados das famílias acreditam que um caso específico serve como exemplo dos potenciais danos enfrentados pelos adolescentes relacionados ao uso das redes sociais.
  • A adolescente britânica Molly Russell, de 14 anos, morava no noroeste de Londres, na Inglaterra, e tirou a própria vida após ser exposta a conteúdos com tom negativo e depressivo no Instagram.
  • Uma investigação concluiu que ela morreu “sofrendo de depressão e dos efeitos negativos do conteúdo online”.
  • O nome de Russell é mencionado dezenas de vezes na ação apresentada ao tribunal na Califórnia.
  • As informações são do G1.
Cubos com ícones das redes sociais
(Imagem: Antlii/ Shutterstock)

Redes sociais rebatem acusações

Na semana passada, as famílias envolvidas no novo processo comemoraram a decisão de uma juíza federal que alegou que as empresas não poderiam usar a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos — que protege a liberdade de expressão — para bloquear a ação judicial.

A juíza Gonzalez Rogers também decidiu que a Seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações, que afirma que as plataformas não são editoras, não dava às empresas proteção total.

A juíza considerou que, por exemplo, a falta de verificação “robusta” da idade dos usuários e os fracos controles parentais, como argumentam as famílias, não são questões de liberdade de expressão.

As empresas afirmam que as alegações não são verdadeiras. A Meta publicou uma declaração em que afirma que está trabalhando para fornecer experiências online seguras e de apoio aos adolescentes. O Google também disse atuar nesse sentido.

Já o Snapchat destacou que a plataforma “foi projetada para eliminar a pressão de ser perfeito”. O TikTok se recusou a comentar sobre a ação.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.