Uma série de doenças está relacionada ao consumo de ultraprocessados. Obesidade, diabete e doenças cardiovasculares são algumas delas. Agora, um estudo realizado pela Universidade de Bristol, na Inglaterra, descobriu que esse tipo de produto também está relacionado ao maior risco de desenvolvimento de câncer.

Ultraprocessados e o câncer

  • A pesquisa mostra uma relação entre consumo de ultraprocessados e o maior risco de desenvolvimento de câncer de cabeça, pescoço e esôfago.
  • O estudo analisou a Investigação Prospectiva Europeia sobre Câncer e Nutrição (EPIC), feita com 450.111 voluntários de 10 países europeus por 14 anos.
  • Durante o tempo de companhamento dessa investigação, foram 910 casos de câncer de cabeça e 215 de adenocarcinoma de esôfago.
  • Segundo a nova análise dos dados, elevar o consumo de ultraprocessados em 10% traz um risco 23% maior de câncer de cabeça e pescoço e 24% maior de câncer esofágico.
  • No grupo de voluntários estavam pessoas de 35 e 69 anos. A maioria mulheres (70,8%).
  • Eles consumiram bebidas, laticínios, pães e carnes ultraprocessadas.

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O risco de câncer não se explica pela obesidade

Umas das consequências mais conhecidas do consumo de ultraprocessados é a obesidade. Mas, ao contrário do que se possa pensar, o ganho de peso explicou apenas uma pequena parte do porquê esse tipo de alimento pode aumentar o risco de câncer.

O estudo sugere que existem outros fatores, como a adição de emulsionantes e adoçantes artificiais à comida e os contaminantes contidos em embalagens. George Davey Smith, um dos coautores do estudo, falou com o site New Atlas sobre a pesquisa.

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Os ultraprocessados estão claramente associados a muitos resultados adversos para a saúde. No entanto, ainda não está claro se eles são a causa direta desses resultados ou se fatores subjacentes, como comportamentos relacionados à saúde em geral e posição socioeconômica.

Entrevista de George Davey Smith para New Atlas

Para os pesquisadores, é preciso descobrir outros fatores, além da gordura corporal, que possam aumentar o risco de câncer. Além disso, os dados da Investigação Prospectiva Europeia sobre Câncer e Nutrição (EPIC) datam da década de 1990, exigindo novas pesquisas e acompanhamentos para complementar a atualizar o estudo.