Um voo transatlântico operado pela Virgin Atlantic, exclusivamente abastecido por um tipo de combustível de jato considerado “sustentável“, decolou do Aeroporto de Heathrow, em Londres, nesta semana. A viagem até Nova York, nos EUA, realizada pelo avião é um marco para a história da aviação comercial.

Para quem tem pressa:

  • Um voo transatlântico operado pela Virgin Atlantic, utilizando 100% de combustível de aviação sustentável (SAF), partiu de Londres, marcando um evento histórico na aviação comercial;
  • Com o apoio financeiro do governo do Reino Unido, o voo simboliza um avanço significativo na redução das emissões de carbono da aviação, apesar do ceticismo de cientistas e ambientalistas;
  • O voo utilizou um combustível produzido principalmente de sebo e outros resíduos, diferindo das misturas habituais que contêm no máximo 50% de SAF;
  • Autoridades, incluindo o Primeiro-Ministro do Reino Unido e o CEO da Virgin Atlantic, destacaram o voo como um avanço para viagens aéreas mais “verdes”;
  • A disponibilidade limitada do SAF e a crítica de ativistas ambientais sobre a eficácia real dessas iniciativas ressaltam os desafios enfrentados na transição para uma aviação mais sustentável.

Apoiado financeiramente pelo governo do Reino Unido, esse voo representou um marco importante para a indústria da aviação e autoridades governamentais, simbolizando uma promessa de redução substancial nas emissões de carbono da aviação. Contudo, essa inovação tem sido recebida com um certo grau de ceticismo por parte de cientistas e organizações ambientais.

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Combustível ‘sustentável’ para aviões

Avião decolando visto de baixo para cima
(Imagem: Paul J. Everett/Flickr)

Historicamente, as companhias aéreas recorreram a misturas contendo no máximo 50% de combustíveis alternativos, conhecidos como combustíveis de aviação sustentável (SAF). O voo VS100, operando em condições especiais sem passageiros comerciais, utilizou um combustível produzido principalmente a partir de sebo e outros resíduos, segundo o jornal The Guardian.

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Durante o voo, Mark Harper, Secretário de Transportes do Reino Unido, expressou otimismo, declarando: “Este voo movido 100% por SAF é uma prova concreta de que a descarbonização do transporte é possível, prometendo uma redução de até 70% nas emissões ao longo de seu ciclo de vida e pavimentando o caminho para futuras inovações.”

O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, também se manifestou, enaltecendo o voo como um avanço significativo para tornar as viagens aéreas mais “verdes” e para a descarbonização global.

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Shai Weiss, CEO da Virgin Atlantic, também apontou o SAF como a solução definitiva para tornar a aviação de longa distância mais “verde”. Ele salientou a necessidade de mais investimentos e suporte regulatório para aumentar a produção desse tipo de combustível, destacando o voo 100 como um exemplo do compromisso da indústria com essas inovações.

A Virgin Atlantic afirmou que o voo até Nova York, nos EUA, validaria o SAF como alternativa segura ao querosene tradicional. Richard Branson, fundador e presidente da companhia, a bordo do voo, enfatizou: “Até que algo seja realizado, o mundo sempre duvidará de sua possibilidade”.

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Porém…

avião emissão
(Imagem: pixelschoen/Shutterstock)

Embora as companhias aéreas vejam o SAF como um meio vital para reduzir emissões globais, sua disponibilidade ainda é extremamente limitada, representando uma fração minúscula do volume total de combustível de jato usado globalmente.

Ativistas ambientais, por outro lado, questionaram as afirmações otimistas sobre o voo. Cait Hewitt, da Federação Ambiental de Aviação, criticou a ideia de que o voo representa um passo em direção a uma aviação sem culpa, citando desafios na produção sustentável de SAF e a necessidade de soluções tecnológicas mais eficazes no futuro.

Globalmente, espera-se um progresso lento na redução das emissões de CO2 na aviação. Recentemente, na cúpula da Organização da Aviação Civil Internacional da ONU, em Dubai, foi acordado um objetivo de reduzir a intensidade de CO2 do combustível de jato em 5% até 2030.