Poluição do trânsito pode causar aumento de pressão; revela pesquisa

Segundo pesquisa da Universidade de Washington (UW), ficar parada no trânsito pode aumentar pressão arterial por até 24 horas
Por Nayra Teles, editado por Bruno Ignacio de Lima 01/12/2023 06h40, atualizada em 05/12/2023 21h09
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Enfrentar o trânsito diário de grandes centros urbanos já é estressante por si só, seja devido à preocupação com um provável atraso ou por um possível desentendimento. Esses fatores são suficientes para causar um aumento considerável na pressão sanguínea. Porém, existe outro fator, que talvez a maioria das pessoas nem tenha cogitada: a poluição.

A Universidade de Washington (UW), conduziu uma pesquisa que revelou que a qualidade do ar presente no tráfego está ligada ao aumento da pressão arterial.

Os efeitos da poluição do trânsito:

  • Segundo a pesquisa, respirar o ar presente no trânsito pode aumentar em 4,5 mm Hg a pressão arterial.
  • Isso equivale à pressão de alguém que segue uma dieta rica em sódio.
  • Após apenas 1 hora de exposição à poluição, o aumento da pressão atingiu seu pico.
  • Os efeitos na pressão sanguínea permaneceram presentes de 1 hora até um dia após a exposição.

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Como foi conduzida a pesquisa?

A equipe de pesquisa acompanhou 16 passageiros durante o horário de pico nas ruas de Seattle, cidade do estado de Washington, Estados Unidos.

Por três dias, os cientistas mediram o impacto da poluição na pressão sanguínea dos voluntários. Em dois deles, o ar entrava livremente pelo carro. Enquanto no terceiro, o veículo foi equipado com um filtro de partículas de ar de alta eficiência (HEPA), que bloqueou 86% das partículas de poluição.

Foram 14 testes de pressão coletados um dia antes, durante e depois da viagem. Além disso, a equipe também mediu os equivalentes arteriolares centrais da retina (CRAEs), o diâmetro da artéria braquial e a expressão gênica.

Pressão aumenta mesmo com níveis baixo de poluição

A poluição do ar do tráfego contém partículas ultrafinas, muito pequenas, que parecem estar associadas a problemas de saúde. Nos testes, essas partículas estavam em níveis baixos. Inclusive, o uso de filtros removeu grande parte delas.

Segundo o autor da pesquisa, Joel Kaufman, as partículas ultrafinas de poluição podem estar especialmente atreladas com à pressão arterial. No entanto, ainda é necessário realizar mais investigações sobre o assunto.

A ideia de que a poluição do ar nas estradas em níveis relativamente baixos pode afetar tanto a pressão arterial é uma peça importante do quebra-cabeça que estamos tentando resolver.

Joel Kaufman para o New Atlas
Nayra Teles
Redator(a)

Nayra Teles é estudante de jornalismo na Universidade Anhembi Morumbi (UAM) e redatora no Olhar Digital

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Com 10 anos de experiência, é especialista na cobertura de tecnologia. Atualmente, é editor de Dicas e Tutoriais no Olhar Digital.