Recentemente, a Netflix anunciou a entrada nas transmissões de esporte ao vivo através da ‘Netflix Cup’, programa que vai unir as modalidades de automobilismo e golfe, que já são retratadas em séries presentes no catálogo da plataforma. Seguindo a tendência de seus principais concorrentes, como a Prime Video, Apple TV+, Star+, o movimento feito agora pelo serviço de mídia americano representa a consolidação da fusão entre o esporte e as plataformas de streaming.

Essas plataformas, que oferecem conveniência e acessibilidade aos clientes, têm conquistado um espaço significativo na preferência do público. Segundo a “Análise Mercado Mobile 2023”, desenvolvida pela Rocket Lab, o mercado global de streaming movimentou, em 2022, cerca de US$ 7,2 bilhões, ao passo que a expectativa para 2027 é duplicar esse número.

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Para Renê Salviano, especialista em marketing esportivo, o atual cenário é positivo, mas também desafiador. “A convergência entre entretenimento digital e streaming é um fenômeno em expansão, com números que refletem essa realidade. A praticidade dessa forma de consumir conteúdo ganhou o público, porém, ainda há um desafio em relação ao equilíbrio entre investimento e receita, principalmente quando se trata das formas de fazer publicidade dentro dessas plataformas”.

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No mesmo sentido, o segmento esportivo nas plataformas também envolve altas cifras. A MLS, transmitida pela Apple TV+, vigora sob um contrato de 10 anos no valor de US$2,5 bilhões (cerca de R$13 bilhões), enquanto sua concorrente, o Prime Video, renovou os direitos de transmissão da Copa do Brasil por cerca de R$ 520 milhões fixos à CBF.

netflix cup
Netflix estrou era dos esportes com a Netflix Cup (Imagem: Netflix / Divulgação)

Outro grande case do mercado é a NSports, empresa de conteúdo e entretenimento com foco nos esportes, que surgiu em 2018 como a primeira plataforma de streaming esportivo do país. Ao longo dos últimos anos, a companhia transmitiu mais de 40 modalidades; em 2022, alcançou mais de 75 milhões de impressões em seus canais e, hoje, conta 1.4 milhão de pessoas inscritas em sua plataforma.

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Com esse crescimento, a NSports anunciou, recentemente, um acordo de patrocínio e de media partner com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), em contrato que será válido até os Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028.

‘’A TV aberta não detém mais o monopólio das transmissões esportivas de décadas atrás, uma mudança acelerada pela pandemia. Hoje, o streaming oferece aos espectadores não apenas flexibilidade, mas também a chance de se aprofundar mais na narrativa esportiva, nas estatísticas e nos bastidores das competições. Essa evolução está redefinindo a maneira como consumimos entretenimento esportivo”, conta Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo e sócio-diretor da Wolff Sports.

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Não apenas restrito às transmissões ao vivo, os conteúdos esportivos também se estendem a séries documentais e roteirizadas, que abordam várias modalidades. Ted Lasso, de maior destaque entre elas, foi produzida pela Apple TV+ e já acumulou 11 troféus do Emmy, incluindo “melhor série de comédia” por dois anos consecutivos. Outro exemplo é Quarterback, série documental da Netflix sobre futebol americano, que teve a segunda temporada confirmada em razão do sucesso.

TV com webcam com jogo de futebol na tela e, no canto direito, três janelinhas de pessoas que estão assistindo juntas
(Imagem: Divulgação/Sky)

O mercado de streaming no setor de esportes tem crescido entre homens e, principalmente, mulheres. Uma pesquisa recente da Sport Track revelou que o sexo feminino foi responsável por um aumento de 22% nas novas assinaturas de streaming esportivo entre 2021 e 2022. Já em 2022, 39% das mulheres afirmaram ter assinado uma plataforma de mídia para assistir eventos esportivos.

“Esses números sublinham o poder da audiência feminina em impulsionar o crescimento do esporte, não apenas como consumidoras ávidas, mas também como influenciadoras que desempenham um papel significativo na formação das tendências esportivas atuais. Isso demonstra que as mulheres não estão apenas conquistando seu espaço nos campos de jogo, mas também estão moldando e enriquecendo o produto esportivo em todas as suas facetas, tornando-se uma força fundamental na indústria esportiva”, afirma Camila Estefano, General Manager do Em Busca de Uma Estrela, projeto social de futebol feminino.