Esquema vacinal incompleto aumenta risco de Covid longa, alerta estudo

Pessoas que não se vacinaram têm 23% mais chances de ter Covid longa, enquanto o risco para quem tomou até duas doses é 8% maior
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 06/12/2023 01h00, atualizada em 02/01/2024 15h29
Ilustração de homem com máscara PFF2 com sintomas de Covid
(Imagem: Cardiff University)
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No Brasil, mais de 518 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 foram aplicadas até agora. No entanto, apenas 17% da população foi imunizada com a dose bivalente e está com o esquema vacinal completo, segundo dados do Ministério da Saúde. O cenário já era motivo de preocupação, que aumenta ainda mais após um estudo apontar que quem não recebe todas as doses da vacina tem maiores chances de desenvolver a chamada Covid longa.

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Aumento das chances de desenvolvimento de sintomas persistentes

De acordo com o estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), três em cada quatro pacientes infectados pelo coronavírus relataram sintomas persistentes da doença.

Ainda segundo o trabalho, aqueles que não se vacinaram têm 23% mais chances de ter Covid longa se comparados às pessoas que se imunizaram com três ou quatro doses. Entre os que tomaram até duas doses, a probabilidade de desenvolvimento de sintomas persistentes é 8% maior.

Os pesquisadores acompanharam mil pacientes entre 2020 e 2023 para monitorar os efeitos da pandemia a longo prazo.

Além dos sintomas persistentes, a alta prevalência da doença a longo prazo acarreta a sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS). As informações são do G1.

Com a baixa imunização das doses de reforço, alguns estados registram tendência de alta nos casos da Covid-19. Segundo o boletim mais recente da Fiocruz, Alagoas, Amazonas, Amapá, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem observar aumento no número casos nas próximas semanas.

covid
Covid-19 (Imagem: Nhemz / Shutterstock)

Covid longa

  • A chamada Covid longa ocorre quando os sintomas da doença persistem, ou aparecem pela primeira vez, meses após a contaminação pelo SARS CoV-2.
  • A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que os sintomas podem aumentar ou simplesmente desaparecer ao longo do tempo.
  • O órgão já identificou pelo menos 200 sintomas da Covid longa que podem ter impacto no funcionamento diário do corpo.
  • Os mais comuns são fadiga, falta de ar, tosse, dor no peito, dor de cabeça, névoa mental, queda de cabelo, acidente vascular cerebral (AVC), dores articulares, diabetes, depressão, miocardite, arritmia, desconforto torácico, problemas cognitivos, problemas de sono, alteração no olfato ou paladar, convulsões e epilepsia.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.