Nas Montanhas Flaming, no norte da Antiga Rota da Seda, na região Autônoma Uigur de Xinjiang, as Cavernas Kizil remontam a um antigo passado budista da China. Além disso, as cavernas também representam a importância da rota de comércio, na difusão de culturas, ideais e crenças.

Vindo da Índia, o budismo e a arte budista foram implementados na China graças a Rota da Seda no século 1 d.C., durante a Dinastia Han Oriental. Nesse período muitos templos budistas foram criados, principalmente na região de Xinjiang, entre eles as Cavernas Kizil, ou Cavernas dos Mil Budas.

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Ao todo são 236 templos em cavernas conhecidas, esculpidas na pedra do penhasco das montanhas, espalhando-se de leste a oeste por quase dois quilômetros. Elas foram construídas entre os séculos 3 e 8 d.C, preservando estilos arquitetônicos de diferentes períodos e influências culturais.

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Cavernas e diferentes influências culturais

Um dos murais das Cavernas Kizil (Crédito: Artista desconhecido dos séculos 5 a 6 via 
Wikimedia Commons (domínio público))
Um dos murais das Cavernas Kizil (Crédito: Artista desconhecido dos séculos 5 a 6 via 
Wikimedia Commons (domínio público))

Nas cavernas é possível encontrar salas de oração, de reunião, corredores e locais de meditação, decorados com murais e esculturas que retratam eventos da vida de Buda, contos de histórias de Jataka e seres celestiais da cosmologia budista. 

Esses murias preservam características e influências da época em que foram construídos e são divididos principalmente em três períodos:

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  • Estilo indo-iraniano I: recebe influências indianas e iranianas e utiliza tons sobre tons e cores como marrons, laranjas e verdes;
  • Estilo indo-iraniano II: também recebe influência da Índia e do Irã, no entanto as cores utilizadas são mais fortes e possuem traços e linhas mais ousados, além da presença do azul lápis-lazúli, vindo do Afeganistão;
  • Estilo uigur-chinês: ele foi encontrado em apenas duas cavernas do complexo Kizil e recebe influência da cultura chinesa durante a dinastia Tang.

Apesar da sua beleza, algumas das cavernas foram completamente desconfiguradas pela interferência humana. Seja pelos mulçumanos que chegaram à região alguns séculos depois da construção do complexo, ou por arqueólogos alemães, no século passado, que contrabandearam grandes pedaços dos murais das Cavernas Kizil.

Além disso, os templos budistas também sofrem perigos devido às intempéries. No entanto, pesquisadores têm buscado formas de proteger e conservar as Cavernas Kizil.