A descoberta de um fóssil de dois metros de comprimento de um pliossauro, feroz réptil subaquático que viveu nos oceanos há cerca de 150 milhões de anos, pode ajudar os cientistas a entender melhor esse antigo predador. O crânio do animal foi encontrado nos penhascos da Costa Jurássica de Dorset, no sul da Inglaterra.
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Tiranossauro subaquático
- O pliossauro tinha entre 10 e 12 metros de comprimento e quatro poderosas nadadeiras que tornavam este animal um dos grandes predadores dos oceanos.
- Evidências fósseis revelam que ele possivelmente se alimentou de diversos outros animais, inclusive de outros membros de sua própria espécie.
- Um dos cientistas responsáveis pela descoberta afirma que o animal é uma espécie de “tiranossauro subaquático”.
- O crânio localizado é mais longo do que a maioria dos humanos e conta com 130 dentes longos e afiados.
- No entanto, a parte de trás de cada dente possui finas saliências, o que teria ajudado o pliossauro a perfurar a carne e depois extrair rapidamente suas presas.
Crânio foi descoberto em penhasco
A descoberta do fóssil aconteceu de maneira inusitada durante um passeio por uma praia perto da Baía de Kimmeridge, na famosa Costa Jurássica do sul da Inglaterra, considerado Patrimônio da Humanidade da Unesco, o braço da ONU para educação, ciência e cultura. A ponta do focinho do pliossauro foi localizada caída no cascalho.
Após um levantamento feito por drones foi identificado o local provável onde estaria o restante do crânio. O problema era que a única maneira de escavá-lo era descer de rapel do topo da falésia.
Remover fósseis de rochas é sempre um trabalho árduo e delicado. Mas fazer isso pendurado em cordas em um penhasco em ruínas, 15 metros acima da praia, requer um nível de habilidade fora do comum. Foram meses para conseguir recuperar o material.
Um dos maiores predadores do passado
O achado revela informações até então desconhecidas sobre este grande predador. Por exemplo, examinando as grandes aberturas circulares na parte posterior da cabeça do animal é possível inferir o tamanho dos músculos por trás das mandíbulas do pliossauro e as forças geradas quando sua boca se fechava e esmagava sua presa. No limite superior, isso chegaria a cerca de 33.000 newtons. Em termos de comparação, as mandíbulas mais poderosas dos animais vivos são encontradas nos crocodilos de água salgada, com 16.000 newtons.
O fóssil recém-descoberto também possui características que indicam que ele tinha alguns sentidos particularmente aguçados e muito úteis. Seu focinho é repleto de pequenas cavidades nas quais provavelmente havia glândulas para ajudá-lo a detectar mudanças na pressão da água feitas por possíveis presas.
E em sua cabeça há um buraco que abrigaria um olho parietal, ou terceiro olho. Lagartos, sapos e alguns peixes vivos também o possuem. É sensível à luz e pode ter ajudado na localização de outros animais, especialmente quando o pliossauro estava emergindo de águas profundas e turvas.
O objetivo agora é encontrar o restante do corpo do dinossauro. As informações são do G1.