Uma técnica desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, pode revolucionar as impressões 3D para fins médicos. A partir de ondas de ultrassom dentro do corpo humano será possível criar partes de órgãos e outras estruturas com maior precisão e de maneira não-invasiva.

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Ondas de ultrassom

  • O novo método é mais eficiente do que o anterior, que envolvia luz.
  • A nova tecnologia faz uso de tintas injetadas sensíveis ao som e é chamada de Impressão Acústica Volumétrica de Penetração Profunda (DVAP, na sigla em inglês).
  • As ondas de ultrassom penetram mais de 100 vezes mais fundo nos tecidos do corpo humano, permitindo manter a precisão espacial.
  • Isso é possível graças ao efeito sonotermal, quando ondas sonoras são absorvidas e aumentam a temperatura.
  • As informações são da Universidade de Duke.

Tinta especial permite impressões 3D

O segredo da nova técnica é um tipo especial de tinta chamada sonotinta, composta de hidrogéis, micropartículas e moléculas reativas a ondas de ultrassom, que é injetado no corpo. Através de uma sonda de impressão ultrassom, as ondas são projetadas na tinta, fazendo com que suas partículas se unam e se solidifiquem em estruturas intrincadas.

Após o procedimento, o restante da tinta pode ser removido usando uma seringa. A substância é versátil, e sua fórmula pode ser modificada para ter mais ou menos durabilidade, capacidade de degradação e até mesmo cores diferentes.

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Foram feitos três testes. No primeiro, a sonotinta foi usada para selar uma seção do coração de uma cabra, o que normalmente requer uma cirurgia de peito aberto. Penetrando por 12 mm de tecido, o procedimento colou a tinta ao tecido cardíaco sem causar danos, e o material flexível aguentou os batimentos do animal com sucesso.

No segundo experimento, foram demonstradas as capacidades de reconstrução e regeneração ao injetar a substância em uma perna de galinha defeituosa, se ligando ao osso através de 10 mm de pele e músculo sem danificar os tecidos no entorno. Já no último teste, foi injetado um medicamento quimioterápico comum ao fígado, onde os hidrogéis solidificados liberaram a droga lentamente.

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Apesar dos avanços, são necessários novos estudos antes que a nova técnica passe a ser utilizada pelos médicos em hospitais e outras instituições de saúde.