Mulheres discutem desafios e oportunidades para uma IA equitativa

A falta de representação feminina na IA, evidenciada pelos 22% de mulheres no setor, destaca desafios de viés e discriminação
Ana Luiza Figueiredo13/12/2023 15h16
mulheres ia
Imagem: FAMILY STOCK / Shutterstock.com
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A revolução da inteligência artificial (IA) promete transformar todos os aspectos de nossas vidas, mas um desafio persistente surge: a falta de representação feminina na vanguarda dessa inovação. Apenas 22% das profissionais de IA são mulheres em todo o mundo, revela recente levantamento do Fórum Econômico Mundial (FEM).

Esse cenário desigual se reflete nas decisões automatizadas tomadas por sistemas de IA, como a seleção de candidatos para entrevistas de emprego, evidenciando viés e discriminação.

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Em uma entrevista exclusiva à Euronews Next durante a Web Summit em Lisboa, em novembro, Meredith Whittaker, presidente do aplicativo de mensagens Signal e pioneira em IA, alertou sobre a cultura “patriarcal e misógina” que permeia a tecnologia.

  • Ela destacou que homens brancos ocupam predominantemente as posições de poder, influenciando perigosamente o desenvolvimento de tecnologias cada vez mais poderosas.
  • “Aqueles que se beneficiam da proliferação de tecnologias inseguras, que nunca estiveram no lado prejudicado de preconceitos ou misoginia, estão tomando decisões sobre sistemas implantados por pessoas no poder”, explicou Whittaker.
  • Ela enfatizou a necessidade de incluir mais mulheres na tomada de decisões, especialmente aquelas mais propensas a serem prejudicadas pelos sistemas de IA.

No entanto, mulheres como Natalia Miranchuk estão demonstrando que é possível ter um impacto significativo na IA, mesmo sem uma formação técnica.

  • Miranchuk, mãe solteira bielorrussa, lançou um aplicativo de IA para apoiar mães durante a gravidez, prevenindo a depressão pós-parto.
  • Ela destaca que a empatia e a compreensão emocional, características femininas, são essenciais em um campo onde a IA muitas vezes carece de tais aspectos.

Outra voz importante é Hannah Brown, cofundadora da Organifarms, empresa que desenvolve robôs para estufas e fazendas verticais. Brown enfatiza que não é necessário ter formação técnica para ingressar na IA, encorajando mais mulheres a se envolverem na moldagem do futuro tecnológico.

Joana Rafael, cofundadora da startup portuguesa Sensei, que cria tecnologias para tornar qualquer loja autônoma, destaca a importância da discriminação positiva para aumentar a presença feminina no setor. Ela enfatiza o papel dos homens na promoção de uma maior igualdade, tanto no trabalho quanto em casa.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.