Como era o cheiro dentro das tumbas egípcias? Resposta vai te surpreender

Pesquisadores descobriram que o cheiro de plantas aromáticas usadas em rituais funerários egípcios antigos ainda podem ser sentidos hoje
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 14/12/2023 11h54, atualizada em 02/01/2024 15h29
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Imagem: Sergii Figurnyi/Shutterstock
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Uma nova pesquisa descobriu que plantas aromáticas usadas em rituais funerários egípcios antigos, como murta e immortelle, ainda podem conter quantidades detectáveis de compostos orgânicos voláteis quase dois mil anos após serem usadas. Isso significa que ainda é possível sentir o cheiro delas caso você visite uma tumba antiga.

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Importância para os sepultamento egípcios

  • As plantas aromáticas foram usadas em rituais de diferentes culturas ao redor do Mar Mediterrâneo por milhares de anos.
  • E não foi diferente no Egito Antigo, particularmente durante os períodos romano e grego.
  • Elas desempenharam um papel importante nos ritos de sepultamento egípcios.
  • Segundo pesquisadores, o uso dessas plantas era importante para reanimar o falecido na vida após a morte em função do cheiro e também do fato delas não murcharem, indicando a ideia da sobrevivência eterna.
  • As informações são da IFLScience.

Cheiro agradável persistiu ao passar do tempo

No novo estudo, cientistas da Universidade de Pisa, na Itália, analisaram várias amostras de murta e imortela, incluindo algumas coletadas no século 19 e outras da antiga cidade egípcia de Faiyum, datadas de aproximadamente 1 d.C. a 400 d.C. O trabalho foi publicado no Journal of Analytical and Applied Pyrolysis.

Usando algumas técnicas científicas sofisticadas, chamadas de “análise de gases evoluídos-espectrometria de massa e pirólise analítica de tiro duplo-cromatografia gasosa-espectrometria de massa”, a equipe descobriu que as amostras continham quantidades detectáveis de compostos orgânicos voláteis. Isso inclui as antigas amostras arqueológicas do Egito, o que quer dizer que o cheiro dessas plantas ainda pode ser sentido mesmo tanto tempo depois.

Essa é mais uma descoberta impressionante relacionado aos materiais usados por esse povo antigo. Quando o túmulo de Tutancâmon foi escavado em 1922, por exemplo, os arqueólogos se depararam com um pote de mel. Eles chegaram a experimentar o produto e disseram que ainda tinha gosto doce. Graças ao seu baixo teor de água e pH ácido, o mel nunca estraga, então a comida de 3.000 anos provavelmente tinha um sabor muito bom (ou, pelo menos, que não mataria).

Em uma descoberta mais recente, arqueólogos identificaram o túmulo de uma antiga rainha egípcia no início deste ano, que estava carregado com centenas de frascos de vinho bem preservados. Vestígios de vinho de 5.000 anos ainda estavam nas embarcações, mas os restos provavelmente foram reduzidos a poeira.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.