Astrônomo amador registra cratera misteriosa em uma lua de Júpiter

A descoberta aconteceu após Jesper Sandberg analisar imagens antigas de uma missão enviada para estudar Júpiter e suas luas
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 21/12/2023 06h40
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Imagem: Claudio Caridi/Shutterstock
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Um astrônomo amador identificou o que pode ser uma cratera resultante de um impacto de um asteroide em Io, uma das quatro luas de Júpiter. A descoberta aconteceu após Jesper Sandberg analisar imagens antigas da missão Galileu, iniciada em 1989 e encerrada 14 anos depois. Até agora, o enorme buraco não havia sido percebido pelos cientistas.

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Crateras de impacto

  • Quando os cientistas obtiveram as primeiras imagens da Lua (a da Terra) ficou claro que o satélite natural estava repleto de crateras.
  • Na oportunidade, acreditava-se que estas eram resultado de atividades vulcânicas, assim como acontece no nosso planeta.
  • Com o passar dos anos, no entanto, os pesquisadores descobriram que os buracos, presentes também em outros planetas, eram provocados por colisões com rochas espaciais.
  • O processo de erosão pelo vento ou água fez com que a maioria dos vestígios na Terra e Marte desaparecessem, mas eles seguem presentes em muitos outros lugares no espaço.
  • As informações são da IFLScience.
Possível cratera de impacto descoberta em Io (Imagem: NASA/JPL-Caltech/Kevin M. Gill)

A descoberta

A lua de Júpiter Io, no entanto, sempre foi uma exceção. Mas não porque nunca tenha sido atingida por corpos celestes (na verdade, a proximidade com o cinturão de asteroides significa que as colisões são mais frequentes do que em outros locais). Com mais de 400 vulcões ativos, as crateras em Io acabam sendo preenchidas pela lava rapidamente. Por isso, é muito difícil identificar qualquer cratera por lá.

O buraco que Jesper Sandberg encontrou tem cerca de 100 metros de diâmetro e foi fotografada em 16 de outubro de 2001. A suspeita óbvia é que fosse resultado de um vulcão, mas as linhas de ejeção ao redor da cratera se parecem mais com as de uma colisão por asteroide.

Além disso, o professor David Williams, da Universidade Estadual do Arizona, e a Dra. Rosaly Lopes, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, apresentaram evidências na semana passada de que uma cratera de impacto é a explicação mais provável.

Os cientistas não sabem se a cratera ainda está lá mais de 20 anos depois. Para desvendar esse mistério a missão Juno vai sobrevoar a lua em 30 de dezembro deste ano e repetir a ação no dia 3 de fevereiro de 2024. Assim, teremos mais informações sobre o que de fato acontece em Io.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.