Na linha de montagem da Alene Candles, nos Estados Unidos, um desafio peculiar ilustra as dificuldades enfrentadas pelos fabricantes americanos: endireitar o pavio de uma vela. Enquanto a automação tem sido uma solução para muitas tarefas, substituir a precisão e o julgamento visual humano nesse trabalho específico tem se mostrado surpreendentemente complexo, conforme retrata The Wall Street Journal.

Isso porque endireitar os pavios das velas é uma tarefa fisicamente cansativa e monótona. Apesar disso, os humanos têm se mostrado mais eficientes que os robôs nessa atividade, que exige precisão e habilidade para ajustar pavios descentralizados e remover a cera acumulada.

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A Alene Candles enfrenta o desafio de encontrar trabalhadores para esses empregos. Atualmente, a empresa emprega cerca de 250 funcionários durante todo o ano, mas este número dobra na alta temporada.

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Considerando a forma como o chão de fábrica opera, seria necessário mais do que duplicar a quantidade de pessoas para ampliar a produção como eles esperavam.

Dissemos: como é que vamos conseguir, não 600 a 800 pessoas, mas 1.200 ou 1.500 na época mais movimentada do ano?

Rodney Harl, presidente e CEO da Alene

Diante disso, a empresa busca soluções de automação para manter a produção diante da crescente demanda por velas decorrente do sucesso de terapias de bem-estar, como a aromaterapia.

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Para isso, a empresa investiu mais de US$ 1 milhão em um esforço de quatro anos para desenvolver uma máquina que possa endireitar pavios automaticamente. Apesar de construir um protótipo complexo, a empresa ainda enfrenta desafios significativos em replicar a precisão e eficiência humana.

Este é apenas um exemplo do cenário mais amplo nos Estados Unidos. Afinal, a automação tem sido cada vez mais adotada no país, impulsionada pela escassez de mão-de-obra e pela necessidade de crescimento.

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Em 2022, a compra de robôs pelas empresas americanas atingiu um recorde, segundo a Associação para o Avanço da Automação (Association for Advancing Automation, em inglês). No entanto, a adoção tem sido lenta e desigual – apenas 11,1% das fábricas no país usavam robôs em 2019, segundo dados do Departamento do Censo dos Estados Unidos –, e muitas tarefas ainda exigem a flexibilidade e o julgamento humano.

A automação, ao contrário do que muitos temem, não tem levado à eliminação dos empregos. Em muitos casos, as empresas se tornam mais produtivas e acabam contratando mais trabalhadores.

Além dos desafios internos para aumentar a produtividade, existem as pressões externas, como o aumento de competição por mão-de-obra qualificada na região de New Albany, que abriga grandes empresas, como Facebook, Amazon e Google.