Se você não é bom de Geografia ou de conhecimentos gerais provavelmente não vai saber o que é Tuvalu, ou onde fica esse país.

O conjunto de 9 ilhas do Pacífico têm um território total de 26 quilômetros quadrados, o que dá mais ou menos o tamanho da cidade de Diadema, na Grande São Paulo. A população não passa dos 12 mil habitantes.

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Tuvalu, que era uma colônia britânica, passou a ser mais conhecido em 1989, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) listou o pequeno arquipélago como um dos países com mais chances de desaparecer no século XXI, por causa das mudanças climáticas.

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A elevação no nível dos oceanos, causada pelo derretimento da calota polar, pode levar ao fim de Tuvalu e de outras ilhas do Pacífico, como as vizinhas Fiji, Samoa, Tonga e Ilhas Salomão.

O caso de Tuvalu, no entanto, é mais preocupante, uma vez que o local possui terreno completamente plano, cujo ponto mais alto não chega a cinco metros acima da linha do mar.

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Diante do cenário catastrófico, os governantes traçaram um plano – que já foi colocado em prática: querem transformar Tuvalu na primeira nação digital da história.

O que seria uma nação digital?

A ideia dos governantes de Tuvalu é recriar o território no Metaverso, onde os habitantes do plano físico poderiam continuar se encontrando, só que mundo digital. Para isso, uma equipe já mapeou todas as características físicas e culturais do povo.

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Tuvalu anunciou o plano de se tornar uma “nação digital” no fim de 2022. O ministro das Relações Exteriores, da Justiça e das Comunicações, Simon Kofe, explicou a proposta em discurso na COP27, a conferência das Nações Unidas sobre o clima, que aconteceu naquele ano no Egito.

As autoridades já mapearam tridimensionalmente as 124 ilhas e ilhotas que compõem o território, estão criando um passaporte digital para que as pessoas possam continuar casando ou participando de eleições de forma on-line, e investiu na infraestrutura nacional de comunicações.

O governo ainda está perguntando ao povo o que eles gostariam de preservar digitalmente.

E qual o problema disso tudo?

O problema é que não existe uma lei sobre nações digitais. O direito internacional determina que as nações precisam de um “território definido” para existir.

Criar uma réplica digital de Tuvalu no metaverso é uma tentativa de estabelecer um novo “território definido”, segundo as autoridades.

Além disso, o país já mudou a definição de Estado na sua Constituição.

Os novos termos dizem que “o Estado de Tuvalu, dentro do seu quadro histórico, cultural e jurídico, permanecerá perpetuamente no futuro, apesar dos impactos das alterações climáticas ou de outras causas que resultem na perda do território físico”.

Até o momento, nenhum grande país aceitou os termos de Tuvalu. Ao mesmo tempo, nenhum desses países reduziu significativamente as emissões dos gases que causam o aquecimento global

E para onde as pessoas vão ficar depois que a ilha desaparecer?

Eis outro problema.

Os habitantes de Tuvalu poderão se mudar pra Austrália, se quiserem. Mas nem todos…

Em acordo firmado em novembro, os governos decidiram que o maior país da Oceania vai oferecer acesso à residência permanente a até 280 imigrantes tuvaluanos todos os anos.

Integrantes do governo australiano disseram ao jornal britânico The Guardian que o tratado não prevê a transferência de todos os habitantes de Tuvalu para o país vizinho.

Não há, portanto, expectativa de “migração em massa”.

Mais sobre Tuvalu

  • Tuvalu fica localizado pouco abaixo da linha do Equador, entre a Austrália e o Havaí.
  • O arquipélago foi governado pela Inglaterra entre 1892 e 1976, até se tornar independente.
  • Em 1986, porém, a população votou em um plebiscito pela manutenção de uma monarquia constitucional independente, com o monarca britânico à frente, representado por um governador-geral, e um primeiro-ministro, que hoje é Kausea Natano.
  • Metade da população do país vive em Funafuti, capital de Tuvalu, localizada na ilha de mesmo nome.
  • As duas línguas oficiais são o inglês e o tuvaluano.
  • A pesca e o cultivo de palmeiras são atividades tradicionais da região, que tem praticamente um único produto de exportação, a polpa seca do coco.

As informações são do jornal Nexo.