Missão da Índia chega à órbita do Sol

O objetivo da missão Aditya-L1 é estudar a camada mais externa da atmosfera do Sol, chamada corona, e sua influência no clima espacial
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 10/01/2024 16h57
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Representação artística da espaçonave Aditya-L1, da Índia, enquanto investiga o Sol. Crédito: IRSO/ Robert Lea/
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Quatro meses após o lançamento, a sonda da Aditya-L1 da Índia entrou com sucesso na órbita do Sol. O objetivo da missão é estudar a camada mais externa da atmosfera solar, chamada corona, e sua influência no clima espacial.

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Lançada da plataforma do Centro Espacial Satish Dhawan, a sonda percorreu cerca de 1,5 milhões de quilômetros e chegou ao Ponto Lagrange 1. Esse é um local entre o Sol e a Terra que anula as forças gravitacionais de ambos os corpos.

A Aditya-L1 transporta um espectrômetro, um telescópio para imageamento na luz ultravioleta e um dispositivo para analisar as partículas do vento solar. Cada um desses instrumentos será usado para a realização de diferentes estudos.

O projeto custou quase US$ 45 milhões (R$ 220 milhões) e demorou 15 anos para ser desenvolvido.

Segundo a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), a Aditya-L1 terá pelo menos cinco anos de vida útil. Outras missões de diferentes países também orbitam o Sol com objetivos semelhantes. As informações são da Al Jazeera.

Primeiro observatório solar da Índia

“Aditya” é o nome da nossa estrela-hospedeira em sânscrito, e “L1” é a sigla de “1º Ponto de Lagrange”, em referência à área no céu onde o equipamento vai orbitar entre a Terra e o Sol.

Os Pontos de Lagrange são localizações no espaço onde os campos gravitacionais de dois corpos maciços estão em equilíbrio com a força centrífuga de um terceiro objeto, cuja massa é desprezível em relação a eles (por exemplo, um telescópio espacial em relação à Terra e ao Sol). Estar em equilíbrio significa que as forças se cancelam. Uma espaçonave em um desses pontos pode permanecer na posição quase sem gastar combustível.

Observatório solar Aditya-L1, da Índia, preparado para ser levado à plataforma de lançamento (Imagem: ISRO/Twitter)

Embora o Sol seja estudado há muito tempo, os astrônomos ainda não compreendem totalmente como sua camada atmosférica mais externa, conhecida como coroa, fica tão quente – sendo um milhão de graus Celsius mais quente do que a superfície da estrela. 

Pouco se sabe sobre o que acontece antes das explosões solares e da liberação de enormes nuvens de plasma chamadas ejeções de massa coronal (CMEs) para o espaço – às vezes, em direção à Terra. Também se desconhece como as CMEs aceleram a tão altas velocidades perto do disco solar.

Sucesso na Lua e futuro

  • A chegada na órbita solar da missão da Aditya-L1 foi muito comemorada e acontece alguns meses após a Índia obter outra conquista espacial importante.
  • Em agosto de 2023, a missão Chandrayaan-3 conseguiu um feito inédito: pousar no polo sul da Lua.
  • E os indianos não vão parar por aí.
  • Para 2025, está previsto o lançamento da missão espacial tripulada Ganganyaan, além de uma sonda para estudar Vênus.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.