A Terra é um planeta grande. Se forças geológicas produzem um mineral em algum lugar, provavelmente farão em outro também. Não é o caso do cristal kyawthuite. Entre os seis mil minerais reconhecidos pela Associação Mineralógica Internacional (IMA), ele é o único com apenas um exemplar. Por isso, é o mineral mais raro do mundo.

Para quem tem pressa:

  • Encontrado apenas em Mianmar, o kyawthuite é reconhecido pela Associação Mineralógica Internacional como o mineral mais raro do mundo, com apenas um exemplar conhecido;
  • Caçadores de safiras encontraram o único exemplar de kyawthuite num riacho perto da cidade de Mogok, em Mianmar. A pedra foi oficialmente reconhecida como um mineral em 2015 e descrita cientificamente em 2017;
  • O kyawthuite é um cristal transparente com cor laranja-avermelhada, pesando 1,61 quilates (0,3 gramas). Sua fórmula química é Bi3+Sb5+O4, com traços de tântalo;
  • A raridade do kyawthuite não se deve à escassez de seus componentes (bismuto, antimônio e oxigênio), mas à sua formação única. A densidade do mineral é o dobro da densidade dos rubis, por exemplo;
  • O kyawthuite recebeu o nome de Kyaw Thu, ex-geólogo da Universidade de Yangon. George Rossman, professor do Caltech, relaciona a presença de minerais raros em Mianmar às condições geológicas criadas pela colisão da Índia com a Ásia.

Caçadores de safiras encontraram kyawthuite apenas na forma de uma única pedra preciosa no leito de um riacho perto de Mogok, cidade em Mianmar. A IMA o reconheceu como mineral em 2015. Já a descrição cientifica veio em 2017. Atualmente, o cristal integra o acervo do Museu de História Natural do Condado de Los Angeles.

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Kyawthuite: o mineral mais raro do mundo

Cristal kyawthuite
(Imagem: Museu de História Natural do Condado de Los Angeles)

O kyawthuite é transparente, com cor laranja-avermelhada. O único exemplar pesa 1,61 quilates (0,3 gramas). Sua fórmula química é Bi3+Sb5+O4, com traços de tântalo.

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Tanto o bismuto (Bi) quanto o antimônio (Sb) são metais raros, mas não muito. Há mais bismuto na crosta terrestre do que ouro, enquanto antimônio é mais abundante do que prata. Já oxigênio é o elemento mais abundante da crosta. Então, a raridade do kyawthuite vem de como ele se formou, não da escassez de seus ingredientes.

Bismuto é um elemento tão pesado que a densidade do kyawthuite é mais de oito vezes a da água – e o dobro da dos rubis, para efeito de comparação. Ou seja, a pedra é ainda menor do que seu peso sugere.

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O banco de dados sobre minerais do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) descreve a estrutura assim: folhas em forma de tabuleiro de damas de octaedros Sb5+O6 paralelos aos átomos de Bi3+. É o único óxido de bismuto-antimônio reconhecido e recebeu o nome de Kyaw Thu, ex-geólogo da Universidade de Yangon, em Mianmar.

Curiosamente, Mianmar também é a fonte do segundo mineral mais raro do mundo: a painita, pedra preciosa com apenas um punhado de registros. Em entrevista ao LiveScience, George Rossman, professor do Caltech, atribuiu a abundância de minerais raros em Mianmar à pressão e calor produzidos quando a Índia colidiu com a Ásia.