Ambientalistas afirmam que a decisão do parlamento da Noruega de autorizar a mineração em águas profundas pode causar danos irreversíveis para a biodiversidade e os ecossistemas marinhos. O país se tornou o primeiro do mundo a autorizar esse tipo de exploração.

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Medida libera extração de metais como manganês e cobalto

  • A aprovação aconteceu na última terça-feira (9).
  • Foram 80 votos a favor e 20 contra a medida, que permite que o governo emita autorizações para empresas e outras entidades explorarem 281 mil quilômetros quadrados do fundo do mar.
  • Em outras palavras, é um sinal verde para mineração de manganês e cobalto na plataforma continental no mar norueguês.
  • Esses metais são usados na fabricação de baterias de veículos elétricos e outros eletrônicos, e são atualmente extraídos em terra.
  • Segundo o governo da Noruega, a extração do fundo do mar é necessária para garantir a demanda pelos materiais.
  • A permissão para extrair minerais para atividades comerciais exigirá uma nova votação parlamentar.
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Mineração pode causar danos irreversíveis aos ecossistemas marinhos (Imagem: MZeta/Shutterstock)

Impactos para a vida marinha podem ser incalculáveis

A decisão norueguesa traz sérias preocupações e foi amplamente criticada por ambientalistas. Embora as pesquisas sobre os impactos ecológicos da mineração em alto mar sejam limitadas, estudos apontam que ela pode causar sérios prejuízos à vida marinha.

Alguns animais podem ser esmagados pelas máquinas ou sufocados pelos sedimentos que são expelidos pelas atividades de mineração. Além disso, cientistas descobriram que espécies como as águas-vivas também estão em risco.

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Trata-se de ganância não necessária e terá um custo significativo para o nosso meio ambiente para as gerações presentes e futuras.

Matthew Gianni, cofundador da Deep Sea Conservation Coalition, um grupo de defesa à vida marinha

Cientistas noruegueses se dizem decepcionados com as autoridades. Segundo eles, o governo ignorou os conselhos científicos e da agência ambiental do país em Trondheim. Em resposta a uma consulta pública sobre os planos de mineração do governo, especialistas disseram que muito pouco se sabe sobre a biodiversidade e as funções do ecossistema nos locais propostos para permitir que a mineração avance com segurança.

Um dos maiores temores é que o processo de extração simplesmente destrua comunidades inteiras, gerando danos irreversíveis para a vida marinha. Por isso, ambientalistas afirmam que não é possível realizar a mineração do fundo do mar de forma totalmente segura.

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Grupos contrários à liberação prometem entrar na justiça contra o governo da Noruega. As discussões sobre o tema acontecem em meio às negociações internacionais sobre a permissão da colheita comercial do fundo do mar em áreas ricas em minerais fora da jurisdição nacional dos países. Isso incluiria a Zona Clarion Clarion-Clipperton (CCZ), uma área de 4,5 milhões de quilômetros quadrados no leste do Oceano Pacífico entre o Havaí e o México. As informações são da Nature.