Imagem: kudybadorota/Pixabay
Um projeto chamado Dog Aging Project estuda mais de 47 mil cachorros desde 2019 e quer descobrir mais sobre a saúde do melhor amigo do homem. Para além de coletar informações sobre propensões a doenças e hábitos de vida, os cientistas também realizam testes para droga que, supostamente, pode aumentar a longevidade dos pets.
Agora, depois de quase cinco anos, o projeto corre o risco de não ter o financiamento prolongado e deixar de lado descobertas que podem melhorar a qualidade de vida dos cães.
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O Dog Aging Project surgiu em 2019 e, no final do ano, começou a procurar por dez mil estadunidenses dispostos a inscrever seus cães em estudo sobre saúde e longevidade. Atualmente, já são mais de 47 mil pets participando.
A intenção é monitorar os cachorros ao longo da vida e coletar informações detalhadas sobre seus corpos, estilos de vida e ambientes domésticos. E, a partir daí, usar esses dados para identificar fatores biológicos e como isso impacta na qualidade de vida e de envelhecimento deles.
De acordo com o The New York Times, o projeto nasceu por dois motivos: o primeiro é que as pessoas dariam tudo para ficar mais anos com seus melhores amigos caninos. O segundo é que os cães são modelos úteis para o estudo de envelhecimento humano.
Isso porque eles estão propensos a algumas doenças semelhantes, como câncer e demência, e estão expostos a estressores parecidos, como poluição do ar e sonora. No entanto, por terem expectativa de vida menor, a pesquisa dá resultado mais rapidamente.
Apesar dos testes com cachorros serem mais rápidos do que com humanos, que vivem mais de 70 anos, ainda demoram alguns anos para coletar e observar resultados significativos. As primeiras descobertas estão sendo publicadas agora.
Por exemplo, o Dog Aging Project descobriu que uma doença chamada disfunção cognitiva canina (ou demência canina) é mais comum em cães sedentários do que em ativos. Outra é que pets que comem apenas uma vez por dia têm menos problemas de saúde do que os que são alimentados com frequência.
Isso não foi suficiente. Em 2018, o projeto aplicou e ganhou bolsa de US$ 28 milhões (R$ 136,39 milhões) do Instituto Nacional sobre Envelhecimento (NIH) (EUA), que, posteriormente, foi prorrogada por um ano. Esse valor corresponde a 90% do financiamento atual.
Agora, os fundadores dizem que o dinheiro acaba em junho e que o instituto não deve renovar a bolsa por mais cinco anos por falta de resultados chamativos. A organização pode aprovar o pedido posteriormente, mas, sem dinheiro, o Dog Aging Project não consegue continuar na ativa até lá.
Eles já abriram petição pedindo apoio contínuo do NIH e o Dog Aging Institute, uma instituição sem fins lucrativos, para arrecadar dinheiro para pesquisa. A intenção é manter o projeto atual vivo, mas, futuramente, também financiar outros pesquisadores que queiram estudar assuntos semelhantes.
Em entrevista ao NYT, Daniel Promislow, biogerontologista da Universidade de Washington e um dos três codiretores do projeto, brincou que o Dog Aging Project vai tentar apoio de um bilionário que goste de cães e queira apoiar a pesquisa.
A NIH respondeu ao jornal estadunidense que não comenta tomadas de decisão sobre pedidos de subsídios individuais.
Esta post foi modificado pela última vez em 11 de janeiro de 2024 21:03