Um estudo americano revela uma nova descoberta sobre a história de Marte. Alexander Morgan, do Planetary Science Institute, utilizou crateras de impacto como uma espécie de “livro de registro” cósmico. Assim, ele estabeleceu limites máximos para o período durante o qual os vales marcianos foram esculpidos por água corrente, apontando para uma incrível intermitência de fluxo ao longo de centenas de milhões de anos.
Enquanto Marte hoje se assemelha a um deserto global, a superfície do planeta preserva evidências marcantes de um passado molhado, incluindo redes de vales que sugerem a presença de rios.
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O estudo, intitulado “New maximum constraints on the era of Martian valley network formation” (Novas restrições máximas sobre a era de formação da rede de vales marcianos, em tradução livre), publicado no periódico Earth and Planetary Science Letters, representa um avanço significativo na compreensão da habitabilidade precoce de Marte.
A descoberta
- O grande feito deste estudo é a determinação do período máximo em que esses sistemas de vales se formaram.
- Diferentemente de pesquisas anteriores, que estabeleceram apenas escalas de tempo mínimas para a erosão desses vales, Morgan conseguiu estabelecer um limite superior.
- Isso significa que as condições propícias à formação de rios em Marte eram altamente intermitentes, com longos períodos de aridez entremeados por episódios breves, mas vitais, de atividade fluvial.
- Essa descoberta oferece uma visão mais refinada da história climática de Marte, afastando-se das dicotomias simplistas do passado, como a divisão entre um Marte “quente e úmido” e um Marte “frio e gelado.”
- Assim como a Terra, o planeta vermelho primitivo era complexo, com condições superficiais variadas ao longo de centenas de milhões de anos.
- A lenta taxa de erosão dos rios marcianos, comparável a regiões do Deserto do Atacama, sugere períodos prolongados de aridez.
- As implicações desta descoberta são profundas, fornecendo novos insights sobre a variabilidade das condições de habitabilidade em Marte, antes considerado um ambiente estático.