(Imagem: JRdes / Shutterstock)
Um relatório do Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH, na sigla em inglês) revelou que o YouTube está faturando milhões de dólares anualmente com publicidades que divulgam informações falsas sobre mudanças climáticas.
Essa prática é decorrente de novas táticas utilizadas pelos criadores de conteúdo que contornam as políticas de desinformação da plataforma de vídeos.
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Segundo os pesquisadores, em cerca de 78% dos vídeos havia alegações de negacionistas sobre o consenso científico. Alguns argumentos publicados nos vídeos incluem afirmações de que propostas de soluções climáticas não funcionarão; desconfiança sobre a ciência climática e movimento ambientalistas; e que os impactos do aquecimento global são benéficos ou inofensivos.
Para efeito de comparação, em 2018 alegações como essa representavam 35% da negação climática no YouTube, em 2023 esses discursos aumentam para 70%.
Nesses seis anos, discursos que soluções climáticas não funcionarão aumentaram em 21,4%; a desconfiança em movimentos climáticos, aumentou 12%. Por outro lado, a negação do aquecimento global diminuiu em 34,4%.
Como avaliou Imran Ahmed, presidente-executivo da CCDH, em coletiva de imprensa, os negacionistas deixaram de negar as alterações climáticas e agora admitem que elas acontecem, mas afirmam que “não há soluções”.
Ao EuroNews Green, o YouTube se pronunciou sobre as informações reveladas no relatório e reconhece que há vídeos que violam as políticas de mudança climática da plataforma. A empresa afirma que já removeu a veiculação de anúncios em parte desses conteúdos.
A nossa política sobre alterações climáticas proíbe a publicação de anúncios em conteúdos que contradizem o consenso científico bem estabelecido sobre a existência e as causas das alterações climáticas.
Debates ou discussões sobre temas relacionados às mudanças climáticas, inclusive em torno de políticas públicas ou pesquisas, são permitidos. No entanto, quando o conteúdo ultrapassa os limites da negação das alterações climáticas, deixamos de apresentar anúncios nesses vídeos. Também exibimos painéis informativos em vídeos relevantes para fornecer informações adicionais sobre mudanças climáticas e contexto de terceiros.
Porta-voz do YouTube ao EuroNews Green.
Esta post foi modificado pela última vez em 16 de janeiro de 2024 14:06