O Fórum Econômico Mundial, que começou na segunda-feira (15) e vai até sexta-feira (19), em Davos, na Suíça, tem discutido a participação da inteligência artificial (IA) e das mudanças climáticas na economia.

Agora, novo relatório mostra que, em meio à crise climática e à inevitabilidade da tecnologia, grande parte dos CEOs não acredita que suas empresas vão sobreviver à próxima década se não houver reinvenção nos negócios.

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Fórum Econômico Mundial

Nesta edição, os temas “tradicionais” do Fórum, como mudanças climáticas e criação de empregos, serão acompanhados de um assunto inevitável: a IA.

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Inclusive, a chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertou, no domingo (14), que a tecnologia pode afetar quase 40% dos empregos globais e agravar as desigualdades.

Um relatório da empresa de consultoria PwC divulgado na segunda-feira (15) corrobora com a perspectiva negativa em relação à IA: dentre os mais de 4,7 mil CEOs consultados, 35% estão otimistas em relação à economia, aumento significativo em relação aos 18% do ano anterior.

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Na época, o mundo passava por inflação elevada, crescimento fraco e altas taxas de juro pós-pandemia. Já 45% preveem declínio. Ainda assim, o número é menor que 2022, que chegou aos 73%.

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Imagem: Gennady Danilkin/Shutterstock

O que os CEOs pensam sobre IA e mudanças climáticas

A pesquisa da PwC consultou 4.702 CEOs de 105 países e territórios entre 2 de outubro e 10 de novembro de 2023.

Veja o que eles pensam sobre os rumos da economia em relação à IA:

  • Grande parte dos executivos (45%) estão preocupados com a possibilidade de seus negócios não serem viáveis em uma década se não houver reinvenção. O número era menor no ano passado, chegando a 39% (antes da popularização ainda maior da IA);
  • Quase três quartos dos CEOs acreditam que a tecnologia “mudará significativamente a maneira como as empresas criam, entregam e capturam valor nos próximos três anos”;
  • Mais da metade acredita que a IA melhorará os produtos e serviços. No entanto, 69% afirma que os profissionais terão de se qualificar e adquirir competências na área;
  • Outra preocupação envolve a segurança cibernética e a desinformação causada pela IA.

Já em relação às mudanças climáticas:

  • Quase um terço afirma que espera consequente mudança nas operações nos próximos três anos;
  • Mais de três quartos dos CEOs acreditam ter iniciado ou concluído as mudanças necessárias para aumentar a eficiência energética e sobreviver, mas apenas 45% realmente creem ter feito progresso e estar livres de grandes riscos.

Inteligência Artificial
Imagem: Sutthiphong Chandaeng/Shutterstock

Desafios frente IA e crise climática

O Fórum Econômico Mundial não poupou debates sobre a tecnologia.

Segundo o ABC News, o Banco Mundial afirmou que espera desaceleração da economia global pelo terceiro ano consecutivo em 2025. Nesse contexto, os CEOs tentam realizar mudanças, mas, além do temor econômico, esbarram em impasses e ausências de regulamentação de IA e falta de qualificação por parte dos profissionais.

A tecnologia ainda tem outros desafios. Pesquisa recente do Fórum identificou a desinformação como o risco global mais grave para os próximos dois anos, principalmente em cenário de eleições presidenciais este ano.

Em Davos, o FMI também apontou que a IA deve afetar quase 40% dos empregos no mundo e que provavelmente piorará a desigualdade geral.