OpenAI altera política e não proíbe mais uso de tecnologia para “militares e guerra”

A mudança ocorre num momento em que agências militares em todo o mundo mostram interesse em usar a Inteligência Artificial.
Por Bob Furuya, editado por Lucas Soares 16/01/2024 08h58
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Imagem: Ascannio / Shutterstock.com
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A empresa OpenAI, responsável pelo chatbot mais famoso do mundo, o ChatGPT, alterou a sua página de políticas de uso na internet.

Desde 10 de janeiro, a empresa retirou um trecho do texto que proibia o uso de sua tecnologia para fins “militares e de guerra” (“military and warfare”, no original).

A mudança foi percebida primeiro pelo The Intercept.

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Você pode acessar a página antiga aqui.

Já o link da atual política é esse.

Vale destacar que a OpenAI ainda proíbe a utilização dos seus grandes modelos de linguagem (LLMs) para qualquer coisa que possa causar danos e alerta as pessoas contra a utilização dos seus serviços para “desenvolver ou utilizar armas”.

O que diz a empresa

Quando questionado sobre a mudança na redação de sua política, o porta-voz da OpenAI, Niko Felix, disse ao Intercept que a empresa “pretendia criar um conjunto de princípios universais que fossem fáceis de lembrar e aplicar, especialmente porque nossas ferramentas são agora usadas globalmente por usuários comuns que agora também pode construir GPTs.”

Felix explicou que “um princípio como ‘Não prejudique os outros’ é amplo, mas facilmente compreendido e relevante em vários contextos”, acrescentando que a OpenAI “citou especificamente armas e ferimentos a terceiros como exemplos claros”.

Contexto da mudança

A alteração na redação ocorre num momento em que agências militares em todo o mundo mostram interesse em usar a Inteligência Artificial, inclusive o Pentágono.

O uso dos grandes modelos de linguagem não precisa necessariamente ser usado na produção de armas, mas sim em outros processos internos de vários Departamentos de Defesa de todo o mundo.

A mudança da redação também ocorre num momento em que a OpenAI perde espaço no mercado. Falamos sobre o assunto aqui no Olhar Digital.

Um contrato com um governo seria altamente rentável para a companhia.

As informações são do Engadget.

Bob Furuya
Colaboração para o Olhar Digital

Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.