A OpenAI parece estar perdendo terreno no setor da IA após o turbilhão de acontecimentos em novembro, quando o CEO Sam Altman foi demitido e, dias depois, retornou ao cargo. Empresas que dependem da tecnologia estão percebendo a necessidade de não depender de uma única companhia e recorrendo aos concorrentes da desenvolvedora do ChatGPT, como Anthropic, Amazon e Google.

De acordo com o The Wall Street Journal, os rivais da OpenAI estão ganhando espaço e diminuindo a vantagem desde que a empresa protagonizou uma crise de gestão.

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OpenAI perdendo espaço

Mesmo com o retorno de Sam Altman ao comando da OpenAI, clientes que usam IA não querem mais depender de uma única desenvolvedora. O jornal revelou que as companhias estão usando mais serviços de terceiros para se proteger dos riscos caso um deles tenha um problema.

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Algumas delas já estavam prevenidas na época da crise:

  • O Walmart, por exemplo, se reuniu com seus líderes seniores para lembrá-los de não recorrer somente a OpenAI na hora de construir ferramentas de IA.
  • Ao contrário, eles deveriam usar a plataforma interna da empresa, que alterna entre diferentes modelos de IA (incluindo OpenAI) e garantir que, caso uma falha aconteça, não pare as operações.
  • A Aviatrix, uma companhia de rede em nuvem, foi outra que se preocupou com a crise de gestão. O CEO Doug Meritt estava em uma reunião quando soube da notícia da demissão de Altman e rapidamente verificou se sua empresa não dependia exclusivamente da OpenAI.
  • A resposta foi não. O CEO explicou que, apesar de usar o ChatGPT, a Aviatrix não depende exclusivamente dele.
  • Já a Blueshift, vendedora de software de marketing de IA, disse que recebeu ligações de clientes preocupados após o caso na OpenAI (a empresa usa o modelo de linguagem GPT).
  • Manyam Mallela, co-fundador da Blueshift, os assegurou que a empresa alterna entre modelos de linguagem da OpenAI e da Amazon, caso um deles precise de backup.
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Nem o retorno de Sam Altman ao cargo de CEO restituiu a confiança na empresa (Imagem: jamesonwu1972 / Shutterstock.com)

Concorrência aproveitou

Os concorrentes da dona do ChatGPT aproveitaram da nova desconfiança. O WSJ apontou que as empresas não estão desistindo de vez da OpenAI, mas diversificando com quem trabalham – e isso os levou a recorrer a rivais, como Anthropic, Google e Amazon.

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Esta última, por exemplo, cutucou a concorrente. Na convenção anual, o CEO da Amazon Web Services, Adam Selipsky, subiu à frente de um palco que exibia as palavras “Choice matters” (algo como “opções importam”) e destacou que sua empresa tem acesso a vários modelos de IA.

Já o Google, que em dezembro deu uma prévia do novo modelo Gemini, disse que sua tecnologia seria mais barata e superaria a OpenAI em algumas tarefas.

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Clientes estão cogitando justamente isso: o quanto a desenvolvedora do ChatGPT é imprescindível e o quanto há outras tecnologias que podem fazer o mesmo (ou até melhor), sem causar uma dependência. Segundo o jornal, com isso, a lacuna entre OpenAI e as rivais pode estar diminuindo.

A Gemini, IA do Google, afirmou que pode realizar algumas tarefas até melhor do que o ChatGPT (Foto: Pixabay/Montagem Marcelo Valladão)

Como a OpenAI respondeu

Após a restituição de Sam Altman ao cargo de CEO da OpenAI e uma semana turbulenta, a empresa destacou que não perdeu nenhum cliente.

Em comunicado da empresa, o chefe operacional, Brad Lightcap, disse que tem “profundo respeito pelas necessidades e aspirações únicas de cada cliente”.