A missão Stardust da NASA acabou de revelar novas informações sobre o Cometa Wild 2. As novas descobertas, 18 anos depois que a missão retornou para a Terra, apontaram que o início do Sistema Solar não era tão simples quanto pensávamos.

Antes mesmo da missão Hayabusa2 da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) que voou até o asteroide Ryugu para recolher amostras e da OSIRIS-REx da NASA que foi até o Bennu, a agência espacial norte-americana já havia enviado uma missão para coletar amostras do cometa Wild 2.

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A missão foi lançada em 1999 em direção ao cometa que possui uma órbita entre Júpiter e Marte, mais comum em asteroides. Naquela época ainda não existia tecnologia que permitisse que uma espaçonave pousasse em um cometa, recolhesse as amostras e depois retornasse para a Terra. Assim, os pesquisadores usaram uma das principais características desses objetos celestes para fazer isso.

Os cometas, quando se aproximam do Sol, formam caudas de gás, que ferveu em sua superfície, e poeira. Dessa forma, a missão Stardust colocou uma placa coberta de gel atrás da cauda do Wild 2 e trouxe para Terra tudo que ficou preso nele. As amostras chegaram aqui em 2006 e as primeiras análises foram publicadas logo depois disso. No entanto, um novo estudo revelou novas descobertas sobre o material coletado.

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Nova investigação das amostras da Stardust

O motivo pelo qual a nova análise, publicada na revista Geochemestry, demorou tanto para ser realizada é que no gel existem cerca de 1 milhão de minúsculos grãos do cometa. Identificá-los é uma tarefa tão difícil, que ao longo dos 18 anos, a NASA contou com milhares de voluntários para observar imagens e encontrar as amostras em meio ao aerogel.

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Embora boa parte dos grãos ainda não tenha sido analisada, na nova pesquisa muitas amostras foram investigadas com técnicas que ainda não existiam em 2006, e cada uma delas tem uma história bem diferente para contar.

  • A nova análise revelou que o Wild 2 não era composto inteiramente de poeira de supernova que semeou elementos mais pesados no início do Sistema Solar;
  • Junto dela, também foi encontrado muito material da nuvem protoplanetária, que originou os planetas e asteroides;
  • O que chocou os pesquisadores é que esse material vem dos dois lados da lacuna que Júpiter criou na nuvem quando se formou.

Apesar dos pesquisadores ainda não saberem como o cometa se formou e nem se existem outros semelhantes a ele, a nova pesquisa revelou informações importantes dos primórdios do Sistema Solar.

As amostras da Stardust…contêm um registo do passado profundo, cobrindo milhares de milhões de quilômetros. Depois de 18 anos interrogando este cometa, temos uma visão muito melhor dos dinâmicos anos de formação do Sistema Solar.

Ryan Ogliore, autor do estudo, em comunicado