Em 2023, algo fascinante aconteceu: houve uma explosão criogênica no cometa 12P/Pons-Brooks, aumentando seu brilho em mais de 100 vezes. Para os astrônomos amadores que monitoram o céu quase todas as noites, isso é emocionante. A erupção do cometa foi capturada, e agora, ele brilha com uma magnitude de 9,3. Mas como se calcula a magnitude de um cometa?

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Imaginem uma noite estrelada, quando o céu se revela como uma vasta pintura cósmico. Imagine você, queridos entusiastas da astronomia, com um telescópio caseiro nas mãos. A ansiedade palpita, pois a busca pela imagem perfeita de um cometa está prestes a começar. Porém, quando finalmente chega a hora de ver o corpo celeste cruzando o céu, você só consegue ver um pontinho a mais no céu.

Esse momento, que pode ser de frustração, ganha contornos fascinantes quando nos deparamos com a magnitude astronômica, um conceito cujo entendimento faz toda a diferença entre uma noite de observação recompensadora e uma jornada noturna que se desfaz no frio sem conquistas.

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A magnitude astronômica é uma ferramenta crucial para astrônomos medirem e compararem o brilho de estrelas, cometas, planetas e galáxias. É uma escala logarítmica, o que significa que cada unidade de magnitude representa uma diferença de brilho de aproximadamente 2,52 vezes.

Ela é como uma medida de quão brilhante um objeto astronômico parece ser da Terra. Porém, ao observar se dois objetos têm a mesma magnitude aparente, isso não significa que eles têm o mesmo brilho real. A distância importa. Um objeto mais próximo pode parecer tão brilhante quanto um objeto mais distante, mesmo que o último seja muito mais luminoso.

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A primeira coisa a entender é que quanto menor o número da magnitude, mais brilhante é o objeto observado. Por exemplo, uma estrela de magnitude 1 é cerca de 2,52 vezes mais brilhante do que uma de magnitude 2 e 100 vezes mais brilhante do que uma de magnitude 6.

O ato de categorizar as estrelas de acordo com seu brilho, remonta à Grécia antiga, onde Ptolomeu passou a separar os corpos celestes baseando-se na intensidade da luz emitida por eles no céu da noite. As mais brilhantes foram chamadas de “primeira magnitude”, as menos brilhantes de “segunda magnitude”, e assim por diante. Essa ideia de categorização ainda é a base do sistema astronômico atual, embora tenha sido refinada com o tempo.

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Vamos ver alguns exemplos práticos para entender melhor. O Sol tem uma magnitude de -27, a Lua cheia -13, Vênus no máximo -4,8, Sírius -1,5, uma supernova no pico 2,9, a Nebulosa do Caranguejo -6, e o cometa Pons-Brooks, depois da explosão, está em 12,7. Quanto menor o número, mais brilhante o objeto. Uma coisa interessante é que a magnitude 0 não é um limite, e alguns objetos podem ter magnitudes negativas, indicando um brilho extremamente intenso.

Esses números nos ajudam a planejar, por exemplo, noites de observação do céu noturno. Para saber o que você vai observar no céu é necessário estabelecer qual a magnitude do objeto a ser observado. Por exemplo, com um par de binóculos, podemos ver objetos com magnitude até 10. Em comparação, um telescópio avançado consegue visualizar galáxias com uma magnitude incrível de 34!

Conhecer a magnitude dos objetos celestes é o primeiro passo para quem vai mergulhar no mundo da observação do espaço, e entender como ela é calcula vai ajudar bastante no planejamento das observações do espaço.