Se você já olhou o mapa do Brasil e reparou que nossa costa parece se encaixar perfeitamente na costa oeste da África, saiba que isso não é apenas uma coincidência. Os supercontinentes, amontoados de terra formados pelo movimento das placas tectônicas, são colossos magníficos da nossa natureza e moldaram a vida na terra como conhecemos.

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A movimentação dos continentes

A dinâmica continental é um dos processos mais incríveis do nosso planeta. Os continentes onde vivemos não são estáticos, eles se movimentam continuamente, se aproximando e distanciando em uma dança que moldou a história do nosso planeta. No meio dessa dança continental, o processo tectônico desencadeado pelas placas tectônicas, responsáveis pelos movimentos das massas terrestres, ocasionalmente leva à formação de supercontinentes massivos, onde cerca de 75% das terras disponíveis se unem.

O primeiro supercontinente conhecido é chamado de Columbia, ou Nuna, e existiu aproximadamente de 1,7 bilhão de anos a 1,45 bilhão de anos atrás, durante o período Precambriano. O continente foi nomeado “Columbia” porque os cientistas propuseram que a massa de terra conectava o que hoje é o leste da Índia à região das bacias de basalto de Columbia, nos Estados Unidos. Embora a Terra seja muito mais antiga do que o supercontinente Columbia, os cientistas não têm certeza se outros supercontinentes se formaram antes de 2 bilhões de anos atrás.

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A deriva continental de Columbia levou à formação do segundo supercontinente, Rodínia. Surgido ainda no período Precambriano, aproximadamente há um bilhão de anos, esse supercontinente se fragmentou há cerca de 700 milhões de anos. Embora a extensão exata da Rodínia seja desconhecida, a América do Norte provavelmente constituía o núcleo dessa massa de terra. Durante a existência da Rodínia, os continentes assumiram configurações radicalmente diferentes das atuais, com as Américas fundidas, enquanto Ásia e África estavam fragmentadas.

O famoso supercontinente Pangeia

O supercontinente mais recente e sem dúvidas o mais famoso é Pangeia, que se formou há cerca de 320 milhões de anos e se desintegrou aproximadamente 175 milhões de anos atrás. E é justamente a Pangeia que se atribui o insight que deu origem a descoberta dos supercontinentes. Inicialmente proposta por Alfred Wegener em 1912, que, ao notar a semelhança entre as linhas costeiras da África e América do Sul, desenvolveu a teoria da deriva continental, rejeitada inicialmente até a confirmação posterior pela teoria moderna da movimentação das placas tectônicas.

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Pangeia, cujo nome deriva do grego antigo, significando “toda a Terra”, não abrangia todas as massas terrestres existentes. Durante o Carbonífero, partes do que agora são norte e sul da China eram ilhas independentes a leste de Pangeia. A separação de Gondwana de Laurásia, seguida pela fragmentação adicional, eventualmente resultou nos sete continentes conhecidos hoje.

Os cientistas acreditam que os supercontinentes se formam ciclicamente a cada algumas centenas de milhões de anos. Em torno de 250 milhões de anos, espera-se um próximo supercontinente. Duas propostas incluem Amasia, onde as Américas e a Ásia se movem para o norte e se fundem, ou Pangéia Ultima, onde o Atlântico se fecha, reunindo Américas, Europa e África.