Na noite deste sábado (21), foi registrado o maior tremor de terra da história do Brasil: um terremoto que atingiu 6,6 graus na Escala Richter, no município de Tarauacá, no Acre, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos. 

Tendo afetado também o Peru, o tremor aconteceu por volta das 18h31 (pelo horário de Brasília), sem qualquer ocorrência de danos, até o momento. É provável que nada realmente grave tenha acontecido, já que o terremoto ocorreu a 614,5 km de profundidade e não foi sentido pela população.

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Em junho de 2022, o local foi palco de outro tremor de intensidade relevante – 6,5 graus. Segundo especialistas, eventos do tipo são previsíveis na região devido à proximidade do Acre com a Cordilheira dos Andes, uma das zonas com maior atividade sísmica do planeta.

Antes dos tremores no Acre, o maior terremoto foi registrado em Mato Grosso, na região da Serra do Tombador, em 31 de janeiro de 1955. Na ocasião, o abalo alcançou os 6,2 graus na Escala Richter.

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Leandro Ribeiro Nogueira, Professor de Geografia, Especialista em Gestão e Manejo de Recursos Naturais e Mestrando em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente, fala sobre o terremoto de 6,6 graus ocorrido no sábado (20). Crédito: Canal Oficial Prof. Leandro Ribeiro / YouTube

O que é a escala Richter, que classifica os terremotos

A escala Richter é a base que define a magnitude dos terremotos, dando uma noção exata sobre o potencial dos abalos sísmicos que acontecem na litosfera – uma camada com cerca de 100 km de espessura em média, formada pela crosta e o manto terrestre (saiba mais sobre as camadas do planeta neste texto).

Conforme explicado no site Mundo Educação, do UOL, o cálculo da Escala Richter costuma estar associado à distância do hipocentro (ponto exato do tremor no subsolo) ao epicentro (ponto em que o tremor é sentido mais fortemente na superfície), além do tempo de manifestação e a sua amplitude. 

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No entanto, para casos em que os terremotos ocorrem em grandes profundidades, há outros meios de cálculo, tendo em vista que suas consequências na superfície, conforme mencionado acima, são, geralmente, pequenas. De modo geral, podemos considerar como graves os abalos sísmicos acima de 6.

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Escala Richter:

  • Magnitude menor que 2: tremores captados apenas por sismógrafos (aparelho que registra os movimentos do solo);
  • Magnitude entre 2 e 4: impacto semelhante à passagem de um veículo grande e pesado;
  • Magnitude entre 4 e 6: capacidade de quebrar vidros, provocar rachaduras nas paredes e deslocar móveis;
  • Magnitude entre 6 e 7: causa danos em edifícios e destruição de construções frágeis;
  • Magnitude entre 7 e 8: causa danos graves em edifícios e grandes rachaduras no solo;
  • Magnitude entre 8 e 9: provoca a destruição de pontes, viadutos e quase todas as construções;
  • Magnitude maior que 9: provoca a destruição total com ondulações visíveis.

A escala não é linear, mas logarítmica: para cada unidade que sobe, o movimento do solo aumenta 10 vezes, e a energia liberada sobe 32 vezes. Bohon compara isso com quebrar fios de espaguete. 

“Se quebrar um fio de espaguete é o equivalente a um terremoto de magnitude 5, você teria que quebrar 32 fios para liberar a energia de um terremoto de magnitude 6”, disse ela. “Nesta escala de espaguete, uma magnitude 7 é como 1.024 fios quebrando, uma magnitude 8 é como 32.768 fios, e uma magnitude 9 é como 1.048.576 fios”.

Há, é claro, catástrofes planetárias que teoricamente poderiam levar a terremotos muito massivos: uma colisão com um asteroide, por exemplo – alguns cientistas acham que o impacto de asteroide que matou os dinossauros não-aviários há 66 milhões de anos desencadeou terremotos com magnitudes de dois dígitos, embora seja complicado certificar o tamanho.

“Em escalas de tempo de bilhões de anos, a Terra certamente poderia ver tal desastre”, disse Houston. “Mas as chances de algo maior do que os 9 médios em magnitude dentro de uma expectativa de vida humana são muito baixas”.