Laser militar do Reino Unido atinge os primeiros alvos aéreos

O teste foi realizado pelo Ministério da Defesa britânico e teve como objetivo demonstrar o poder e a precisão da arma laser
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 22/01/2024 11h02, atualizada em 25/01/2024 13h09
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O governo do Reino Unido informou que disparou sua nova arma laser de alta potência Dragonfire contra alvos aéreos pela primeira vez. O teste foi realizado pelo Ministério da Defesa britânico e teve como objetivo demonstrar o poder e a precisão do armamento.

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Importância do laser nos campos de batalha

  • Embora os mísseis modernos possam eliminar ameaças aéreas com grande eficácia, o alto custo dessas armas e a capacidade de produção delas é um desafios para os exércitos.
  • Por isso, o Reino Unido aposta nos lasers.
  • Cada disparo dessa nova tecnologia viaja à velocidade da luz por distâncias muito longas, podendo atingir vários alvos simultaneamente.
  • A elevada precisão e o custo menor transformam o Dragonfire em um grande diferencial dos britânicos no campo de batalha.
  • As informações são do próprio governo, que emitiu um comunicado.
Dragonfire (Imagem: divulgação/governo do Reino Unido)

Dragonfire: uma revolução militar

Apesar da divulgação da existência da arma laser e da realização de testes, o governo britânico mantém o Dragonfire sob sigilo quase que total. O que sabemos é que essa é uma arma de estado sólido na faixa de 50 kW baseada em feixes de fibra de vidro que correm em um sistema de combinação de feixe projetado pela inteligência do Reino Unido e que seguem em estado de sigilo.

Montada em uma torre, há também uma câmera eletro-óptica e um laser secundário para aquisição de alvos e foco de feixe.

O alcance do Dragonfire também é sigiloso, embora o governo diga que demonstrou sua capacidade de rastrear e combater ameaças aéreas. A arma tem a precisão de acertar uma moeda a um quilômetro.

O custo por disparo é de cerca de dez euros (ou cerca de R$ 50). O projeto custou 100 milhões de euros, o equivalente a R$ 500 milhões, e foi liderado pelo Laboratório de Ciência e Tecnologia de Defesa (Dstl) para o Ministério da Defesa. A arma está disponível para o exército britânico e a marinha do país.

Esse tipo de armamento de ponta tem o potencial de revolucionar o espaço de batalha, reduzindo a dependência de munições caras, ao mesmo tempo em que reduz o risco de danos colaterais. Investimentos com parceiros da indústria em tecnologias avançadas como o DragonFire são cruciais em um mundo altamente contestado, ajudando-nos a manter a vantagem vencedora da batalha e manter a nação segura.

Grant Shapp, secretário de Defesa do Reino Unido

Lembrando que o teste da nova arma acontece em meio ao aumento das tensões mundiais, com a continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia, bem como o crescimento dos confrontos no Oriente Médio. Especialistas apontam que o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas pode se espalhar para outros países da região, o que já se percebe, por exemplo, no Mar Vermelho, onde os rebeldes iemenitas Houthis estão sendo combatidos por uma aliança militar comandada pelos Estados Unidos e que conta com grande participação do Reino Unido.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.